Na tarde deste domingo, jogando pelo Clube Friends no par de pistas 17-18, não pude deixar de ouvir uma narrativa chocante de alguém na platéia. Era uma testemunha de um crime bárbaro que contava para um amigo o que havia presenciado.

Enquanto os jogos aconteciam nas pistas, aproximei-me do balcão divisória para ouvir melhor o papo alheio. Ocorre que, por estar jogando, não pude acompanhar direito a conversa. Além disso, no par 19-20 o Malla estava de quina ligue, entusiasmando os parceiros de terceto, que também estavam muito bem alinhados.

Bom… o que lembro do que ouvi foi isso…

Dizia a testemunha na platéia:
– Nossa! Nunca imaginei que pudesse um dia testemunhar um crime tão bárbaro! No início nem prestei muita atenção, quando dei conta o cara já havia dado seis punhaladas na pobre vítima…
O Malla fez o sexto strike consecutivo.

– E o assassino não parou, cara, sem piedade cravou o punhal pela sétima vez na testa do moribundo…
O Malla ligou sete, já meio nervoso.

– Quando pensei que o terror já havia acabado, o ensandecido deu uma gargalhada sinistra, pegou um serrote e tentou degolar o infeliz. A desgraça parecia se desenvolver em câmera lenta e, por oito vezes, vi o doido levar e trazer o serrote impiedosamente sobre o corpo inerte.
O Malla fez o oitavo, passadíssimo, quase 4-7, deu aquele sorriso histérico dele, suava bastante nas mãos.

A descrição detalhada do cara fez meu estômago embrulhar, nem conseguia concentrar em meu jogo.

– Ninguém fazia nada, todos estavam em estado de choque devido as barbaridades praticadas na presença de tantas testemunhas. Porém, isso não impediu o facínora de continuar seu ritual macabro. Pegou um martelo e atingiu a fronte do inerte. Foi o nono golpe.
O Malla, quase sem respirar direito, pingando suor das mãos, deixou a bola praticamente cair aos seus pés e, numa longa e interminável trajetória, novamente fez strike – o nono – passando à esquerda do pino um.

A testemunha do crime, sem se importar com o que acontecia no boliche, prosseguia:
– Apesar de esgotado e todo ensangüentado ainda vi a besta humana agredir o caído pela décima primeira vez.
O Malla não conseguia disfarçar a ansiedade sufocante quando partiu para o décimo lançamento e, mais uma vez, passou raspando as orelhas dos pinos um, dois e quatro. Strike! A essa altura, vários jogadores e a platéia acompanhavam a iminência do jogo (perdão) perfeito. E veio o décimo primeiro e penúltimo strike da linha. O Malla partiu para a finalização e outro passado e engomado lançamento deixou dois pinos em pé. 298!

– Nunca esquecerei aquele cenário dantesco. Ficará pra sempre na minha memória e nos meus pesadelos. Quando a polícia prendeu o assassino, ele gritava histericamente: Esperem! Quero guardar o corpo na mala! Na malaaaaaa!

2 thoughts on “TESTEMUNHA DO CRIME DO MALLA

  1. HAHAHAHAHHAAHAHAHAHA….

    Quase PERFEITO!
    Muito bem explicado eu presenciei a mesma cena!!!!
    Parabéns, pela narrativa…..

  2. Mala

    lendo a cronica do bira, concordo plenamente com ele em genero numero e grau….só que mais uma coisa me chamou a atenção, que foi quando conversamos e vc disse que sua mão pingava e muito……………….só que outra me chamou muito mais a atenção que foi quando terminada sua bela linha na troca de pista ainda podia sentir o par de pista tremendo, não tinha entendido o pq ainda estava daquele jeito mais o bira me explicou…..ahahahahahahhaa

    Parabens Mala…

    OBS: DEVOLVE MINHA LUVA…..

    Abazozzzzzzzz

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