PARA O BEM DO BOLICHE BRASILEIRO…
Artigo original de Benê Villa publicado no site Boliche Online.
Para o bem do boliche, a diversão e o esporte devem caminhar paralelamente!
NO PERU: Estou em Lima, no Peru, há dez meses e não vi muita diferença do boliche que é praticado aqui com o dos outros países por onde estive dando clínicas ou trabalhando com seleções nacionais.
No Peru, assim como no Brasil, cometiam o mesmo erro: colocar óleo seletivo em competições locais. Isto estava afastando principalmente os jogadores mais velhos das pistas. Sugeri ao presidente da Confederação para manter óleos jogáveis nas competições que “não valiam” para formação de pré-seleção ou seletivos para eventos internacionais.
O que todos devem ter bem claro e que existem três tipos básicos de freqüentadores de boliche. E para cada um deles deve haver um tipo de condicionamento.
1 – Aqueles que vão esporadicamente com amigos e/ou familiares e que não tem nenhuma informação sobre o esporte boliche. São os open play. Para eles: “Óleo para proteger as pistas”.
2 – Aqueles que praticam o boliche para: aliviar as tensões do trabalho ou para manter uma atividade física. Alguns somente para socializar ou simplesmente para se divertir. Para este grupo de praticantes hoje, após vários anos de pensar de forma errada, acredito que o óleo deve ser fácil de jogar (festivo) House shot!
3 – Aqueles que praticam o boliche como esporte. Que são jogadores que treinam muitas horas por semana, tem especial cuidado com seu equipamento e tem pretensões de seleção nacional. Para este grupo, “Óleos difíceis” bem seletivos, que exija mais dedicação e trabalho duro para a sua evolução.
Em algum momento lá no passado fui arbitro aspirante da Federação Paulista de Vôlei e tinha que apitar jogos de campeonatos empresariais. A orientação para nós, árbitros iniciantes era para “não” marcar dois toques dos jogadores nessas competições (caso contrário, “não haveria jogo!”), já quando tínhamos que apitar jogos do Campeonato Paulista Juvenil… Não tinha perdão, marcávamos tudo. Até palavrão da torcida.
Bem, levei alguns anos para me dar conta que a federação de vôlei tinha razão, não misturou as coisas! Uma coisa são as competições oficiais e outra as competições de amadores (gente que pratica e ama o esporte), mas não são atletas e não têm condição técnicas nem intenção de fazer parte de uma seleção nacional.
Aconteceu algo muito interessante no Peru, os jogadores que estavam abandonando o boliche voltaram lentamente quando o óleo ficou mais fácil de jogar. A grande surpresa para mim foi que esses jogadores não se inscreveram para os jogos seletivos para a formação da seleção nacional salvo algumas exceções. Essas exceções são o verdadeiro problema do boliche, gente que não respeita a idade que tem e principalmente a sua real condição técnica.
Hoje sou a favor sim, de um condicionamento fácil para atrair “novos jogadores “Médios” (como diz meu amigo. Décio Abreu)”, para aumentar a quantidade de praticantes.
“Separem os jogadores de seleção e bota óleo fácil pra todo mundo se divertir!”
OS VIZINHOS: Cada ano que passa, vemos novos jogadores na seleção da Colômbia país onde se faz um bom trabalho de base.
A pergunta é… Por que no país vizinho há um aumento na quantidade e qualidade de jogadores em vez de diminuir? A resposta é simples… Oito anos de trabalho na formação de escolas e técnicos e outros tantos na formação de atletas. Hoje estão colhendo o que plantaram!
Se estivermos falando de crescimento do esporte temos que nos espelhar em fórmulas que deram certo como a da Colômbia. Dentro de alguns anos a Argentina e o Peru vão estar à nossa frente. Lá estão sendo feitos trabalhos nos mesmos moldes da Colômbia. Formar escolas e treinadores e não perder tempo em discussões se este ou aquele óleo.
NO BRASIL: Aqui, passam os anos e seguimos ouvindo os mesmos discursos de dirigentes que dizem: “Vamos fazer uma nova administração e vamos trabalhar para o crescimento do boliche etc. e tal.” E não vejo nenhum planejamento com objetivos claros, muito menos trabalhos… E menos ainda resultados!
Só vai haver mudanças importantes no boliche quando dentro das prioridades também esteja à formação de jogadores jovens.
Se o foco continuar em “novos jogadores velhos” que já passaram da idade de formação, e que não tem tempo, vontade ou condições econômicas para aprender, seguiremos sendo um país produtor de jogadores médios de meia idade na espera do surgimento de um ou dois fenômenos a cada década.
Não tenho nada contra jogadores velhos ou da velha guarda que praticam o boliche hobby ou jogadores de “nível médio”, até porque (como já disse Décio Abreu) eu vim desse grupo de jogadores e são eles quem sustentam o boliche na maioria dos países.
Por falar de onde eu vim… Nunca fui jogador de ponta e não tenho títulos importantes como jogador. Quando eu comecei a jogar boliche não havia ninguém pra me ensinar, talvez isso tenha me motivado na decisão de parar de jogar e me dedicar a estudar aprender e ensinar boliche.
Estar consciente que não se sabe! É o passo fundamental, mais difícil e mais importante. Depois disto estamos prontos para aprender!
Outro dia eu disse que apoiava uma sugestão do Ademir Medina para que fosse formada uma divisão especial. O Renan Zoghaib falou que se fosse criada esta divisão, estaria sendo feita para meia dúzia de jogadores… Falou a mais pura, cruel e dolorosa verdade! O que o Renan não está vendo é que, esse é o maior sinalizador da crise que estamos atravessando no boliche. E se não for feito algo a respeito perderemos os poucos que restam e não teremos nada para o futuro.
O Décio Abreu atribui a grande desistência de jogadores ao problema com os tipos de condicionamento que estão sendo usados, concordo com ele, mas em parte. Acho que há mais de um fator… A grande desordem, a falta de renovação, manipulação. O próprio ambiente de jogo do boliche não é dos melhores, depois vem o custo e, por último, a falta de motivação. Não há nenhum trabalho da confederação e federação para melhorar o jogo desses jogadores.
Nos últimos anos a coisa mais bem feita foi o seletivo para os Jogos pan-americanos do México. Isso deveria ser sempre assim um seletivo de vários dias para cada competição importante e em condições bem difíceis. Parabéns Geraldo Couto!
O que incomoda muito é que gestão após gestão todo o foco é voltado somente para administrar egos, vaidades e agradar uns poucos e desagradar à maioria dos que já estão insatisfeitos. Não vejo nenhum planejamento para trazer os novos. Estamos regredindo a passos GIGANTESCOS… E não está sendo feito nenhum trabalho nem para trazer jogadores de nível médio…
Tudo está voltado para discussões de regras não claras, um ranking obsoleto que favorece só quem tem dinheiro e pode viajar, uma pré-seleção sem sentido. Dirigentes que não sabem nem o que é um breakpoint e ainda tem direito a opinar e votar em assuntos técnicos.
Lamentavelmente dirigentes que não sabem nem de administração nem de boliche, usando os contatos com órgãos oficiais de forma errada… Federações com documentação em total desordem que não permite a busca de recursos do estado.
Onde estão os banners e os folhetos de informação das “escolinhas” de boliche?
Onde encontramos o calendário anual de “palestras técnicas” promovido pela confederação e federações?
Onde estão os orientadores das federações para os novos praticantes?
Onde estão os calendários de competições infantis e juvenis?
Onde está o programa de divulgação do boliche nas escolas?
Cadê o planejamento para a formação de técnicos e professores?
Salvo algumas iniciativas privadas… O que temos?
O PASSADO: Tudo o que se ouve é… Eu fui isso, fui aquilo, fiz aquilo outro e seguimos com o mesmo discurso de alguns jogadores que fizeram história e que ainda não se deram conta que isso é passado! Não se ouve estes jogadores falarem fui isto, fiz aquilo e agora vou fazer ou estou fazendo isto pelo do futuro do Boliche.
O passado serve para duas coisas:
Primeiro, o passado serve para fazer… “Memória de grandes feitos e conquistas para que sirvam de exemplo”.
A CBBOL deveria fazer o Hall da Fama do Boliche Brasileiro e de uma vez por todas colocar os grandes nomes e grandes feitos do boliche pra todo mundo ver e admirar. Os grandes jogadores devem ser lembrados e respeitados por aquilo que fizeram…
Segundo, o passado serve para fazer… “Memória para que não se repitam os mesmos erros”.
O passado neste caso serve como alertar sobre os erros cometidos e motivador para as mudanças necessárias com vistas a um futuro ainda melhor. Tivemos um passado cheio de falhas administrativas e manipulações tendenciosas.
O PRESENTE: E este presente? O que está preparando para o futuro?
Esta preparando uma nova geração de PAPAGAIOS…
O que me impressiona é que num país onde todo mundo sabe e conhece tudo sobre óleo, bolas, jogo mental e jogo físico… Temos apenas meia dúzia de jogadores para uma divisão especial.
“O nosso presente é fruto de um passado alicerçado em egos!”
O PATROCÍNIO: Hoje a frase da moda é: Precisamos de Patrocínio!
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de bom senso e algum conhecimento de Marketing sabe que para conseguir patrocínio primeiro temos que ter PRODUTO!
Quais produtos pode o nosso boliche oferecer a um patrocinador?
Que retorno de mídia esse patrocinador vai ter?
O que vamos oferecer? Um histórico glorioso e um futuro com os mesmos super astros? Ou vamos apostar todas as cartas no único jogador de nível internacional que temos agora?
Por falar no jogador do momento, se alguém falar estará dizendo bobagens… Não me lembro de ter me atribuído a medalha de ninguém, não sou desse tipo.
Para que precisamos de patrocínio hoje? Para pagar viagens para uma delegação composta por um grupo de jogadores despreparados e que mal falam entre si?
Boliche é um esporte caro como o tênis e o golfe e quem quiser praticá-lo como tal, deve se preparar economicamente para isso. Como em tudo na vida… Primeiro investimos e depois lucramos. Primeiro pagamos uma boa escola depois um bom colégio uma universidade cara e depois… Colhemos os frutos no futuro. Ou não! (Como diria Caetano)
Quem monta uma casa de boliche não investe milhões para fazer caridade! E quem quer patrocínio primeiro tem que mostrar ser merecedor do mesmo.
O CENTRO DE ALTO RENDIMENTO: Ouvi comentários sobre um centro de alto rendimento… Pra que? E pra quem? Quem vai ensinar? Onde vai ser?
Qualquer investimento deste porte deve ser parte de um programa de desenvolvimento. E um programa de desenvolvimento tem que começar com a base, antes de fazer a sala de aula… Formem os professores!
Sem isso o centro de alto rendimento vai virar só mais um “ponto de encontro” de papagaios e provavelmente para um bom carteado. Se assim for?!… Eu quero entrar na concorrência da concessão do bar!
O FUTURO: O boliche só vai melhorar quando aparecer um dirigente que tenha uma visão esportiva paralela da visão diversão, que não se deixe manipular, que não seja tendencioso e não advogue em causa própria. Presidente tem que se ocupar de relações corporativas e marketing institucional e não de regulamentos de campeonatos.
Como falamos em meu idioma nativo “QUE TENGA COJENOS” para enfrentar esse bando de dinossauros com idéias e posturas retrógradas e que há muitos anos manipulam o boliche do Brasil. Que tenha atitude e iniciativa para fazer mudanças sérias e importantes para o futuro do esporte.
A história já provou que os répteis em questão estão fadados a extinção e a serem exibidos em museus!
Nada contra a idade até porque sou quase da mesma geração, sou contra sim mas é do pensamento mesquinho e retrógrado desses dinossauros.
O que definitivamente pega no boliche é a falta de respeito dos próprios praticantes e dirigentes. Gente que acha que boliche ainda é o mesmo que se jogava nos anos 60. Gente que acha que ser atleta de boliche é treinar “partidas” duas vezes por semana ou jogar bolotes. Gente que pensa que esporte vem acompanhado de carteado, cigarro e muita bebida.
Por enquanto estão deixando para o futuro, somente ensinamentos feios e errados. Até porque muitos dos jovens já estão bem engajados e encaminhados nesse programa.
Volto a repetir, não sou a favor apenas do esporte de alto rendimento (até porque alto rendimento de boliche não existe no Brasil), acho que o boliche diversão é a força motriz para o trabalho de desenvolvimento. São duas coisas diferentes e devem ser tratadas com o mesmo respeito. Só que com planejamentos diferentes, como dois bons produtos fabricados por uma mesma indústria.
Aqueles que desejam ser seleção têm que encarar o boliche com “respeito”, com dedicação para os sacrifícios exigidos… Como em qualquer outro esporte!
E principalmente aqueles que não têm pretensões nem condições… Deveriam se conscientizar disso! E buscar seu espaço e o respeito que merecem, sem misturar e confundir a coisas.
“Mantenha o olho na seta e na bola”
Benê Villa
Boa, Benito!
Caro Benito,
Eu concordo com você em muitas coisas que você mencionou. A única diferença é o seguinte. Você colocou que colocar óleos diferentes, mas cada pessoa que começa a jogar não vai disputar as vagas para a seleção nacional logo no começo, dessa forma os novos praticantes vão ingressar no Esporte em uma realidade que é uma fantasia, depois para você fazer a migração é muito dificíl não acha? Eu estou colocando esse opinião observando o fato de não haver nenhum centro de treinamento no Brasil, senão acho que o caminho que você mencionou seria o correto. Sendo assim, na minha opinião deveriam haver ligas filiadas a CBBOL com seu próprio calendário, ranking com o objetivo mais de diversão e o dinheiro arrecado seriam convertidos por exemplo em viagens em que o atleta iria representar o país em torneios abertos como U.S. Open, Qatar Open entre outros e em paralelo o circuito NACIONAL da CBBOL visando o desenvolvimento do esporte, seguindo os padrões internacionais.
Oi Charles,
Você sabe que para chegar ao nível de disputar uma vaga para a seleção leva muitos anos… Quem começar agora vai ter que se preocupar com isso daqui a alguns anos. E se o jogador estiver interessado em melhorar vai com certeza procurar aprender e se informar com jogadores e técnicos de nível de seleção. Se o trabalho de base for bem feito ele certamente vai aprendendo com o tempo e aprenderá os próximos passos para a evolução. O que defendo é a separação das duas modalidades… Mesmo que uma delas tenha apenas meia dúzia de jogadores.
Abrazo
Benê
Concordo com suas propostas e comentários. Saliento apenas que o plano de arrecadação que apresentei em um artigo anterior não é somente para”arranjar dinheiro para um grupo selecionado viajar mundo afora”, mas sim para estruturar efetivamente as condições de desenvolvimento de TODOS os filiados.
Bira
Bira concordo com você e com o plano de arrecadação, mas se estamos falando do futuro do boliche, acho que todos os federados e confederados ficariam felizes em saber que a sua contribuição estaria ajudando o esporte boliche.
Para poder entender minha proposta todos devem ter “open mind” e pensar a futuro… A idéia é para um futuro e futuro tem que ser trabalhado hoje.
Hoje podemos notar quanta gente apoia e aplaude as conquistas do Marcelo Suartz, Roberta Rodrigues etc… Imagine se este ano fosse dado o start para daqui a 6 ou 8 anos?
Daqui a seis anos todos estaríamos falando de muitos outros nomes de jovens jogadores e não apenas de três ou quatro.
Veja bem, a proposta não é apenas para os jovens… Falo de informação e formação também para os jogadores que estão em atividade… Falta interesse e apoio para melhorar o jogo de alguns poucos que querem isso… Muitos outros não estão interessados em melhorar e só querem se divertir (nada de errado com isso) e devem ter a oportunidade de se divertir…
Arrecadação não deve ser para que um grupo beneficiados viaje o mundo e sim para que os melhores jogadores do país possam defender as cores da seleção. Este grupo não seria formado por amigos do presidente nem paraquedistas… Estou falando de atletas de boliche.
Abrazo.
Entendo que o esporte e a “diversão” devem andar ora cruzando ora separando. Deixe-me explicar o meu ponto de vista:
I – Cruzando:
1- Tive oportunidade de ter como adversário e amigo o já falecido José Luiz Veiga, que, em suas solitárias lutas para não deixar o boliche brasileiro morrer, não mediu esforços nem a sua herança. Aliás, ele sempre se portou como verdadeiro promotor democrático de eventos em todos os encontros, campeonatos e seletivas do boliche, não somente em São Paulo, mas também em outros estados e em paises vizinhos.
2- Dele, entre outras, aprendi que conhecimento esportivo deve ser compartilhado, mesclando-se esportistas, aspirantes e “domingueiros”. Tudo para se ter renovação, já que o “domingueiro” poderá vir a ser aspirante e este esportista.
POR ESTAS RAZÕES POSTAS, OPTO QUASE SEMPRE PELO BOLICHE INTEGRADO, COM SENIORS E JUNIORS, TODOS JUNTOS APRENDENDO E ENSINANDO BOLICHE.
II – Separando:
1- Certo que em algum momento, a separação dos melhores irá se impor, não por política esportiva inadequada, mas por méritos alcançados por alguns poucos, que deverão se impor, inclusive nas representações brasileiras internacionais. Veja o Marcelo e o Márcio, duas gerações juntas e com excelente desempenho no Pan. Eles fizeram a lição de casa com nota 10+++.
JÁ POR ESTAS, DEFENDO OS MÉRITOS INDIVIDUAIS DE TODOS OS BOLICHEIROS.
abs
Prezado Edson,
Obrigado pelos comentários…
É muito interessante a sua colocação mas, definitivamente, vai de encontro a minha proposta.
O que eu defendo é boliche esporte, e esporte é como qualquer outra coisa na vida… Tem ser estudado e trabalhado.
Nos meus mais de 30 anos de boliche o que aprendi é que justamente essa mistura que você propõe é a mais prejudicial para o esporte.
Concordo que trocas de experiências sejam importantes mas, neste caso, o que é que os jovens podem aprender com jogadores que tem informação de 25 ou 30 anos atrás?
Para isso existem escolas… Para formar!
Imagine se todos os engenheiros civis apenas aprendessem com os mestres de obra?
São dois tipos de profissionais e cada um tem uma função específica.
Penso que para o Boliche também deve ser assim.
Abrazo
Benê
Compreendi o seu ponto de vista na busca de um melhor boliche de alto desempenho. Tudo correto em se criar escolas, compartilhar técnicas, experiências passadas, enfim, todo o conhecimento adquirido e novas tentativas. Ainda jovem ouvi de meu professor escolar: Conhecimento não compartilhado será perdido com o falecimento de seu detentor.
A sua proposta, embora louvável, encontrará óbices de muitos bolicheiros já acomodados nas suas lembranças. Até mesmo os proprietários de casas de boliche não serão totalmente favoráveis a implantar as suas propostas. Só visam lucros pelos investimentos efetuados e isso é merecido.
Agora, não acredito que tudo que expus foi de encontro com suas propostas. Pelo contrário, acredito que acrescentou novas idéias. Vejamos o Marcelo, ele é detentor de alto conhecimento técnico, treina exaustivamente, inclusive nos Estados Unidos, aqui custeando todas as despesas e lá com apoio financeiro suficiente. Quando por aqui, deveria ser convidado pelas federações para participar de seus encontros, torneios e campeonatos de boliche. Tudo com as suas despesas já pagas por todos os bolicheiros locais. Não ficaria dispendioso para ninguém, ele compartilharia seus conhecimentos e, sobretudo, incentivaria o bom boliche brasileiro, além, é claro, de poder treinar em grande número de casas.
Aqui no Paraná, lamentavelmente a prática do esporte boliche está somente em âmbito de mera diversão. Os bolicheiros locais, quase na sua totalidade, não possuem sequer uma bola própria, muito menos um arsenal apropriado. Praticam o boliche diversão, com a família e amigos, com muita comida e bebida.
Sequer não temos uma federação atuante.
Desejo-lhe sucesso na implantação das suas propostas e que o caminho não lhe seja tão pedregoso.
Abraços
Edson,
Obrigado pelos comentarios…
Abrazo
Bene,
Como eu coloquei para você concordo com as suas idéias, mas a realidade do boliche brasileiro é outra, por isso precisamos criar um plano diferente. Primeiro que não existe ninguém disposto a investir no esporte, nem o governo e muito menos alguma empresa. Esse seu plano, vejo que é baseado nos seus últimos trabalhos, que existia alguma pessoa colocando dinheiro pesado para desenvolver o esporte.
Na verdade o plano que o Bira criou é um pouco mais realista porque mostrou como poderíamos formar um montante para investirmos no esporte. Na teoria é fácil nós tentarmos aumentar as mensalidades aos atletas, mas temos que perguntar aos mesmos se eles estão dispostos a pagar, sendo assim eu acredito que devia haver uma reunião convidando todos os atletas durante as competições para que os mesmo digam se estão dispostos a pagar ou não e após esse primeiro momento elaborarmos um plano mais completo.
Charles
Entendo que um plano amplo e detalhado deva ser apresentado como justificativa para alterar as mensalidades tanto dos clubes, como nas federações e CBBOL, com metas objetivas e onde e como serão aplicados os recursos obtidos.
Quanto a esperar a aceitação dos atletas eu discordo. As instituições devem fazer o que é PRECISO e não apenas realizar o DESEJO dos atletas. A transparência e o imediatismo na apresentação dos balanços é outro ponto essencial para modificar a movimentação financeiras das instituições de boliche.
Querido Charles,
Acho que você está falando sobre outro texto… O único plano do qual eu falo é criar uma divisão especial para os jogadores de Seleção. E deixar as coisas claras para todos. Aqueles que querem se divertir devem continuar se divertindo…
Fazer um programa de cursos para jogadores e formação de técnicos, pra isso só tem que ter vontade!
ORGANIZAR e PLANEJAR com objetividade… só isso!
Quem tem que continuar investindo sempre vai ser o jogador… Primeiro a gente investe para depois ganhar…
Para formar treinadores… Quem quer ser treinador que pague seus cursos, até porque vai ganhar com isso depois. O que falta é iniciativa dos dirigentes para oferecer mais para os jogadores… de qualquer nível!
Sou a favor do projeto do Bira…
Abrazo
Birao,
Estou totalmente de acordo com você!!!
Abrazo
Agora a gente só precisa combinar com o time adversário…
Benê, obrigado por suas citações. A frase de 6 jogadores de ponta é generosa do Renan, na discussão da Taça DF eu disse que somente 3 participantes poderiam ter pretensões de seleção. Seleção competitiva.
Escrevi um artigo que o Bira republicou recentemente, se não me engano, o futuro do boliche no Brasil. Enquanto os dirigentes não se conscientizarem que os proprietários de boliche são empresários como de qualquer outro ramo, a coisa já morre na saída. E que as federações devem ser tratadas seriamente para conseguir verbas, benefícios e patrocínios. Não vou pelo “eu fiz”, mas quando assumi a FMB não havia dinheiro (tinha dívidas), balanços atrasados, CNPJ bloqueado, atas de diretoria não registradas, tudo errado.
Inocentemente, sem saber, fui à Secretaria de Esportes de MG para solicitar verbas, mas esbarrei na documentação. Tivemos que gastar uma grana para arrumar a casa, voltar até 1988 registrando atas, mas funcionou e há mais de 5 anos temos verbas que bancam a seleção mineira, uniformes, viagem.
O que falta nos nossos dirigentes é seriedade, tratar o esporte como se trata um empreendimento qualquer, gerir de forma organizada, com metas, orçamento e planejamento. A partir disto, podemos partir para conquistas de patrocínios, verbas, e então montar parcerias (principalmente com os boliches) para treinar nossos atletas de ponta e formar novos jogadores de verdade. Para mim, é tão cristalino, mas as pessoas querem primeiro patrocínio, verbas, para agir. Eu penso que primeiro devemos nos organizar melhor. Crescer em quantidade ajuda a formar uma melhor base, melhora a arrecadação também. Assim como uma empresa, o esporte cresce ou definha de acordo com a competência da gestão.
O vôlei é o nosso maior exemplo. Até os 80s, o basquete era o segundo esporte, nosso vôlei havia conquistado pouquíssimas medalhas internacionais e não atraía público. Veio o Nuzman e tratou o esporte como empresa, mudou tudo. Hoje, além de vitorioso, nosso vôlei é o segundo esporte em público e transmissões de TV.
Antes que venham dizer que primeiro vieram as medalhas, já adianto que não foi assim. O vôlei já tinha inúmeros praticantes, quase todos os grandes clubes tinham escola e equipe de vôlei. A diferença foi a gestão, a divulgação, o investimento, a visão. Os desafios entre Brasil e Rússia levaram milhares ao Maracanã. Antes de qq medalha. E paralelamente vieram as verbas, os patrocínios e a possibilidade de investimento em novos talentos.
Já falei muito. Precisamos de gente séria e com idéias, além de tempo para fazer acontecer.
Abraços.
Décio,
Estou de total acordo com você…
Obrigado pelo comentário.
Abrazo
Como está no vídeo da Taça SP é difícil rebater seus argumentos e experiência, Décio. Parabéns e obrigado pela colaboração.