O BOLICHE VOLTA A PERNAMBUCO APÓS 7 ANOS

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Os pinos estão de pé
O ESTADO DE PERNAMBUCO VOLTA A TER PISTAS DE BOLICHE APÓS SETE ANOS, RESGATANDO A PRÁTICA DA MODALIDADE COMO LAZER E ESPORTE

Sete anos sem nenhum strike ou spare. Sem um pino sequer derrubado. Sem o esporte, sem o lazer. Assim ficou a relação de Pernambuco com o boliche de 2005 até 2012. Jogar profissionalmente ou de forma amadora, só saindo do estado. Abandono que chegou ao fim.

Os bolicheiros voltaram a sentir a febre arder. Não só no Recife. Na capital e em Caruaru, é possível escutar novamente o zunido das bolas deslizando nas pistas, o estardalhaço do choque com os pinos, o ambiente de confraternização.

A chegada das novas pistas reaquece uma paixão que teve início no melhor estilo Fred Flinstone. O primeiro espaço para a prática da modalidade no estado foi o Boa Boliche, em Boa Viagem, entre o fim da década de 1960 e início da de 1970. A “idade da pedra lascada”. Os pinos derrubados voltavam aos seus lugares movidos pelo pinoboy. A cada arremesso dado, um rapaz corria e os arrumava para um novo lançamento.

O melhor momento do esporte em Pernambuco foi, sem dúvida, na virada do século 21. O crescimento do número dos praticantes motivou o surgimento da Federação Pernambucana de Boliche (FPEBOL). No estado, chegaram a existir três divisões no Campeonato Pernambucano. A primeira e a segunda divisão eram compostas pelos mais qualificados. Já a terceira existia para integrar a turma mais jovem que se destacava e queria competir.

Nessa época, havia 24 pistas no boliche do Shopping Recife. Quando tinha torneio, geralmente aos sábados, eles fechavam todo o espaço para nós. Quando não usávamos todas, ao menos 16 pistas eram bloqueadas para a Federação”, conta o empresário Glauber Santos, 41 anos, que começou a praticar o boliche como hobby, ainda nos anos 1990, e acabou se profissionalizando. Ele chegou a disputar uma Taça Brasil de Boliche, a principal competição de seleções estaduais.

Êxodo

O fechamento dos boliches praticamente aniquilou o esporte no estado. Mas houve os resistentes. Pessoas que topavam encarar viagens a outras capitais, como João Pessoa e Salvador, para jogar, participar de campeonatos. No primeiro fim de semana de novembro deste ano, por exemplo, alguns membros da antiga federação estiveram na capital baiana para participar da Taça Bahia. Um dos destaques da competição foi Nelson Tachibana, que ficou em terceiro lugar na segunda divisão, já que não estava federado. “O resultado foi bom, pois não estava treinando tanto. Vinha usando a pista de Caruaru para praticar um pouco”, relatou Tachibana.

Na competição, eles foram cobrados pelos amigos baianos para “acelerar” o resgate do boliche pernambucano com um torneio no Recife. A expectativa é que, futuramente, Pernambuco volte a abrigar uma etapa do Campeonato Brasileiro e a seleção do estado possa recuperar o destaque do passado. Em 2003, a equipe pernambucana teve seu melhor resultado na Taça Brasil, maior competição de equipes do país. O sexteto formado por Édson Pontual, Eduardo Fernandes, Aldo Lagioia, Masatoshi Kumamoto, Rômulo Maciel e Nelson Tachibana foi o vice-campeão.

(matéria original publicada no site Diário dos Esportes)

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