PAN 2011 – SELETIVA NACIONAL: DOIS BAIANOS NA DISPUTA

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Ex-atletas de vôlei e futebol, Titila e Carlão lutam por vaga no Pan-Americano
Com bolas diferentes, uma nova chance de viver o esporte

por Marcio Menezes para o Jornal A Tarde (Bahia)

Década de 70. O amazonense Carlão era um promissor jogador de futebol, cuja carreira já o levava a jogar nos EUA. No Brasil, a atacante Titila, do Fluminense, vestia a camisa da seleção brasileira de vôlei, que usou em diversas categorias entre 1972 e 1979.

Hoje, eles seguem no esporte em alto nível, mas a bola é outra. Nas pistas de boliche, eles serão os representantes da Bahia na seletiva que apontará os representantes do País nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, que acontecem em outubro, no México.

O evento começa neste sábado, na cidade do Rio de Janeiro, e terá a duração de seis dias. Também impressiona o fato de ambos manterem-se, após os 50 anos, como atletas de ponta no boliche nacional. Para isso, Salgado, de 55 anos, e Titila, de 53, não economizam tempo na preparação física, na academia, e técnica, nas 14 pistas do Aeroclube, único local oficial para a prática do esporte no eixo Norte/Nordeste do país.

Surpresas da vida

O bom momento nas pistas e a expectativa de defender a seleção brasileira novamente – ambos já tiveram convocações anteriores – é motivo de grande alegria, principalmente para quem não esperava reviver as emoções de ser um atleta.

“Comecei a frequentar o boliche com meu marido e meu cunhado como lazer, em 1995. Só entrei nos torneios em 2001”, revela Titila, que é professora de educação física e hoje é a quinta do ranking nacional.

Carlos, que tem uma oficina automotiva e é funcionário público, desfruta do mesmo sentimento. “Quando descobri que as cirurgias em meu joelho direito, as mesmas que me tiraram do futebol, não me prejudicariam no boliche, vibrei. Vi que poderia competir em alto nível”, lembra ele, hoje o décimo do País, que começou a jogar quando vivia nos EUA.

Chances

Da seletiva (veja abaixo) sairão dois homens e duas mulheres para o Pan. A tarefa é difícil, mas não impossível. “Não terei técnico, ao contrário de outros atletas, mas conto com meu bom mental game para brigar pela vaga”, diz Titila.

Único local para a prática na Bahia, Aeroclube recebe feras e curiosos

É fácil chegar ao Boliche Aeroclube no período da noite, de segunda à sexta, e assistir aos atletas federados marcando altos escores. As competições da Federação Baiana de Boliche (FBBOL) acontecem nas noites de segunda e terça-feira. Nos outros dias, eles treinam para manter a pontaria e a técnica afiadas.

Essa proximidade do público com os jogadores faz com que seja mais fácil conseguir dicas para não fazer feio na hora de diversão entre os amigos.

Quem quiser ainda mais informações de como jogar com estilo pode pintar no Aeroclube nas quartas-feiras, onde Edílson Lima, um dos decanos da comunidade bolicheira da Bahia, realiza um animado torneio para os novatos, a partir das 20h.

Mais informações no site da FBBOL (www.fbbol.com.br).

VAGAS SERÃO DEFINIDAS APÓS 36 PARTIDAS

No Rio, 12 homens e 10 mulheres jogarão seis partidas por dia. A cada dois dias, o óleo que reveste as pistas é mudado. Esse condicionamento é o que varia a dificuldade para os atletas durante os torneios.

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