OUTRA CHANCE DE OURO PERDIDA PELO BOLICHE

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Já aconteceu em 2007 e voltou a acontecer em 2015

O Boliche perde oportunidade de Ouro para ampliar seus horizontes.

O Boliche brasileiro conquistou medalhas de grande importância internacional mas, mesmo assim,
pouco ou quase nada, foi revertido em benefício do desenvolvimento do nosso esporte, na última década.

Em 2007 nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, o paulista Fábio Rezende e o paranaense Rodrigo Hermes conquistaram a primeira medalha na modalidade Boliche, a de PRATA.

boliche perde oportunidade de ouro

O PRIMEIRO OURO

Em 2015, aconteceu a maior conquista do Boliche brasileiro até hoje, a inédita medalha de OURO nos XVII Jogos Pan-Americanos.

Foi na cidade de Toronto, no Canadá, graças ao desempenho espetacular do campeão Marcelo Suartz.

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Foram conquistas maravilhosas e inesquecíveis, porém insuficientes para se quebrarem os paradigmas incrustados na estrutura, na formação dos federados, nos patrocínios e investimentos no Boliche.

Ainda vivemos exclusivamente de conquistas eventuais, porém de repercussão efêmera.

A mídia brasileira, por tradição e interesses financeiros, dedica-se quase que exclusivamente ao futebol.

Os demais  esportes surgem nas manchetes apenas esporadicamente, geralmente na figura de um “herói nacional”.

Situação semelhante aconteceu com o Ayrton Senna na Fórmula 1, com o Guga Kuerten no Tênis, com o Gabriel Medina no Surfe, com os medalhistas Olímpicos, etc.

O Vôlei, a Vela, a Natação e  o Judô ainda conseguem algumas matérias mas, percentualmente, é quase nada quando se compara ao futebol,

A deterioração do cenário político e econômico, os escândalos nas instituições do Futebol, da Natação, do judô, etc, só fizeram agravar uma situação que sempre foi grave para os esportes alternativos.

Pior ainda para os erroneamente classificados como “exóticos”.

No atual cenário a política esportiva no país foi relegada a segundo, e talvez até ao terceiro plano, se tiver algum.

O que as instituições esportivas do Boliche, os Clubes, as Federações e a Confederação devem fazer?

No Brasil, o Boliche, como esporte, praticamente inexiste. Recebe um pequeno apoio do governo através do Bolsa Atleta porém, na prática, está muito aquém de um incentivo, está mais pra sobrevivência em condições mínimas.

As metas da CBBOL, a Confederação Brasileira de Boliche, hoje denominada Boliche Brasil, envolvem:

  • Performance: melhoria no desempenho do boliche brasileiro em participações internacionais.
  • Envolvimento: estratégias voltadas para os jogadores federados, treinadores, clubes e federações, incrementando as participações nos torneios, taças e campeonatos e, por consequência, ampliando a modestíssima carteira de filiados e praticantes assíduos.
  • Coaching: formação de instrutores com qualificação internacional, atualizada a evolução global do esporte boliche.

No entanto, algumas questões permanecem sem respostas:

Qual é o sistema atual utilizado pela CBBOL/Boliche Brasil para detectar e apoiar os jovens talentos?

Qual a estrutura básica para treinamento e incentivo dos filiados infanto juvenis?

Qual a política integrada com clubes, Federações e proprietários de centros de boliche?

Qual a estratégia de capacitação dos dirigentes, treinadores, divulgadores e demais envolvidos com o esporte Boliche?

O que se fez na prática para receber os incentivos fiscais de grandes contribuintes do IR que estão ligados ao boliche brasileiro?

Algumas iniciativas isoladas, particulares e desconectadas de um plano nacional já se mostraram insuficientes, ineficazes e improdutivas.

O que mais se vê nas últimas décadas são candidatos a patrocinadores, ou pretensos negociadores de patrocínios, elaborando planos individuais e locais, com alcance restrito, desligados de uma estratégia estadual, menos ainda em nível nacional.

Reproduzo abaixo um excelente artigo do Eduardo Esteves, editor do site Marketing Esportivo

UMA REFLEXÃO SOBRE UTILIZAR O ESPORTE COMO TRAMPOLIM PARA ENTRAR NO MERCADO

A “seleção natural” vista no mercado de marketing esportivo após a realização de dois megaeventos

Por Eduardo Esteves

Tão logo o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014 em 2007 iniciou-se um movimento muito forte dentro da indústria esportiva de profissionais ligados aos esporte.

Todos esperavam de alguma maneira embarcar no furor que viveria o país até lá.

Dois anos depois, o Rio de Janeiro foi anunciado como casa dos Jogos de 2016 e esta movimentação apenas intensificou.

Estudantes vislumbravam um país repleto de oportunidades, jovens profissionais buscavam brechas para migrar de segmento e novas agências chegaram ao mercado na promessa de que o mesmo teria sua década de ouro.

Quem já vivia a realidade do esporte no Brasil não olhou com muito bons olhos para este cenário.

Tão logo a Copa terminou, o que se viu foi um afluxo de profissionais que voltaram para os seus mercados de origem, agências fecharam as portas por uma total falta de demanda e o aquecimento esperado ficou na promessa.

Oportunidades? Poucas. Quem imperou neste contexto?

Quem tinha know-how, portfólio para atender clientes e saber, por maturidade, quais oportunidades e necessidades viriam com os megaeventos.

Fato: paraquedistas não tiveram vez e a “seleção natural” ocorrida no mercado foi muito positiva.

Sabe a velha máxima de que “a bola pune”? Pois é, o “mercado pune“.

Por isso, coloco como um requisito indispensável aos novos profissionais que desejam inserção é não utilizar o esporte como trampolim.

Como mera oportunidade ou embase apenas na paixão para conseguir espaço.

Já fui responsável por algumas entrevistas e assumo que caí no lugar comum de perguntar ao candidato sobre o motivo principal dele ser o ideal para a vaga.

(obs: não tenho experiência de recrutador).

Perdi as contas de quantas vezes ouvi “primeiro porque gosto muito de esporte”.

A paixão deve ser o combustível para que os olhos sigam brilhando em meio a insucessos, para que se acorde todo dia com vontade de fazer acontecer e fazer a diferença no mercado.

Paraquedistas, que se aproveitam de uma demanda sazonal para buscar espaço, soam vazios por não ter pra si quatro pilares fundamentais: experiência, relacionamento, influência e know-how.

Se você ainda busca uma chance, sua proatividade será fundamental para alcançar e potencializar resultados satisfatórios.

Por isso, à exemplo do que fiz neste artigo, questione a postura que muitos adotaram tão logo o Brasil foi anunciado como sede de grandes eventos para melhorar sua busca e contatos que fizer no futuro.

As oportunidades são limitadíssimas, é verdade, mas depende apenas de você lutar incansavelmente por elas.

Vamos conversar? Entre em contato comigo: eduardo@mktesportivo.com

(original publicado no site Marketing Esportivo)

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