A CRISE NO BOLICHE FEZ STRIKE EM QUASE 900 PISTAS

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O QUE SE PASSA NO NEGÓCIO BOLICHE?

A crise no Boliche, como negócio, não se instalou repentinamente, muito menos se tornou uma situação insolúvel.

Analisando e comparando os dados atuais (final de 2016) com os dos anos anteriores, conclui-se que a crise no país nos últimos anos atingiu em cheio o mercado do Boliche.

No Índice Nacional anterior, publicado em nosso site, havia 342 centros de boliche com 2.393 pistas disponíveis aos jogadores (clique aqui para ver).

Porém, agora, houve uma drástica redução para 210 centros (menos 38%) com 1.530 pistas disponíveis (36% a menos ou 863 pistas fechadas ao público).

O fabricante com maior retração foi a empresa brasileira Kopp que fechou 623 pistas (47,2% a menos que a listagem anterior), a ponto de desativar sua divisão de Boliche.

Em números absolutos, o Estado que fechou mais pistas foi São Paulo (266 e 28 centros fechados), seguido pelo:

Rio Grande do Sul (32 centros e 139 pistas fechadas);

Santa Catarina (-15 centros e -95 pistas);

Rio de Janeiro (-9 centros e -45 pistas);

Espírito Santo (-4 centros e -44 pistas);

Mato Grosso (-6 centros e -42 pistas);

Minas Gerais (-7 centros e -39 pistas);

Paraná (-8 centros e -36 pistas);

Distrito Federal (-4 centros e -26 pistas);

Pará (-3 centros e -26 pistas)  e

Mato Grosso do Sul (-2 centros e -18 pistas).

Quatro Estados agora não possuem mais centros de Boliche:

Rondônia, que fechou 4 centros e 18 pistas; depois Amapá, Tocantins e Sergipe, que fecharam um centro cada e 24 pistas no total.

A maior redução percentual no número de pistas ocorreu no Espírito Santo (-78%).

Depois vem o Pará (-76%), Mato Grosso (-75%), Rio Grande do Sul (-60%), Santa Catarina (-40%), Mato Grosso do Sul (-39%) e São Paulo (-33%).

QUANDO A REALIDADE ALERTA OS INVESTIDORES

Um triste exemplo foi o fechamento do Strike Boliche em Cuiabá, Mato Grosso, após 17 anos de funcionamento.

Veja na matéria do Mídia News (clique aqui) resumida nessa sequência de três fotos do Marcus Mesquita:

crise no boliche crise no boliche crise no boliche

O QUE ACONTECEU, O QUE ESTÁ ACONTECENDO E O QUE VAI ACONTECER?

A crise citada no título dessa matéria é como a causa de um acidente aéreo.

Nunca é um só fator ou uma situação específica que determina o desastre.

Geralmente é uma perversa combinação de várias falhas e ações equivocadas que provocam os resultados indesejados.

Em se tratando do negócio Boliche, dois custos operacionais se destacam entre os demais:

  1. valorização imobiliária
  2. obrigações trabalhistas

Não foi possível repassar aos consumidores os percentuais de aumentos acumulados nas últimas décadas, ocorridos:

  1. nos aluguéis (ou aquisição) de imóveis;
  2. nas taxas condominiais dos shoppings;
  3. nos custos trabalhistas, em razão da valorização salarial e acúmulo dos benefícios aos trabalhadores;

Existe, ainda, uma dificuldade adicional para a montagem de um boliche, quando se trata da ocupação do imóvel, quer seja alugado ou próprio, que é o espaço a ser explorado.

Acontece que o espaço destinado ao público consumidor geralmente não ultrapassa 20% da área total do imóvel, pois o restante é destinado às pistas e área operacional.

É claro que até o famigerado Custo Brasil entra nesta equação que não fecha.

O conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas praticamente inviabiliza ou encarece além do razoável os investimentos no país, pois eleva as iniciativas empresariais a níveis de alto risco.

A legislação fiscal além de complexa e ineficiente.

As taxas de juros de financiamentos atingiram patamares que nenhum negócio lícito consegue absorvê-las.

Há, ainda, um percentual significativo dos empreendedores deste ramo que não se prepara adequadamente para tocar o negócio de forma planejada.

Confundem empreendedorismo com aventura, apostando na intuição comercial que acham possuir.

Não fazem planos de negócios, não fazem estudo do mercado, nem analisam com profundidade o potencial comercial da região escolhida.

Como em qualquer ramo de negócio, há que se fazer um complexo planejamento financeiro e comercial antes de executar os projetos de instalação.

No entanto, sempre haverá alguém que irá descobrir o formato ideal para aplicar com sucesso nos cenários disponíveis em nosso país.

Oxalá não demorem muito a aparecer.

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