lea_ouro2013O título de campeã Pan-Americana de boliche, conquistado em San Juan, mudou a rotina de Léa Castro. Entre uma declaração e outra, a atleta parava para receber o abraço de algum amigo que aparecia no Pier 21, local onde treina, parabenizando-a pela medalha de ouro conquistada na Costa Rica.

A cada abraço e aperto de mão, Léa escondia as mãos calejadas, resultado dos 30 anos de prática do boliche. “Está vendo as minhas mãos? Cheguei de viagem há pouco tempo, estou cheia de dores e nem tive tempo de fazer as unhas”, brincou a atleta vaidosa.

A paixão pelo boliche veio com o irmão que jogava por hobby. Por se tratar de um esporte que envolve famílias, Léa se apaixonou e não largou mais. “Se você começar a acompanhar os nossos treinos, vai perceber que todo mundo vem com as suas famílias. É pai jogando com o filho etc. Aqui não tem idade limite para a prática.”

A MEDALHA DE OURO

Para defender a camisa do Brasil no Pan-Americano, Léa foi ao exterior ao lado de mais sete brasileiros – três mulheres e quatro homens. Lá, grande parte da delegação saiu com medalha e ela conta com carinho sobre a conquista inédita e, talvez, a mais marcante de sua vida.

“É uma emoção indescritível subir ao lugar mais alto do pódio e ouvir o Hino Nacional Brasileiro. Eu me derrubei em lágrimas mesmo lá em cima”, recorda a brasileira.

Carinho

Sem o marido e os filhos ao seu lado quando foi conquistar a medalha de ouro, Léa deixou para receber o afago da família no retorno ao Brasil. Apaixonada pela modalidade, a mãe da família garante que o esporte não atrapalha em casa.

“O marido não tem ciúmes e me entende porque já praticou o boliche. Os filhos estão acostumados, não tenho problemas”, garante a medalhista.

Pelo menos por enquanto, o marido e os filhos terão um bom tempo para curtir Léa. Isso porque ela dará uma trégua nos treinos e nas competições para poder renovar as forças para os próximos desafios.

Atletas bons e numerosos

Na década de 1990, Brasília contava com um time de mais de 280 atletas federados e ativos no boliche. Hoje, este número caiu para 95 e o diretor técnico da Federação da modalidade, André Gustavo, tem a difícil missão de resgatar os que não praticam mais.

“Com a abertura deste local aqui no Pier, vejo que muitos voltaram à ativa. O número é bem inferior ao passado, mas estamos nos recuperando”, garante André.

Para isto, o dirigente, os demais membros da Federação e os atletas trabalham para aumentar o número de praticantes. “Na próxima segunda-feira vamos receber as finais do Campeonato Brasiliense, aqui no Pier mesmo, às 19h30. Espero que, com este evento, mais pessoas se interessem pelo esporte”, planeja o diretor. “A procura pelo boliche aqui não é pouca”, conclui Léa Castro.

Brasília é dona da segunda maior federação do esporte no País, perdendo somente para São Paulo. O experiente atleta Mário Miyamoto gaba-se pelo título. “É um orgulho para nós”. (K.M.O.)

PERFIL DA CAMPEÃ
Léa Castro
Naturalidade: Belo Horizonte – MG
Nascimento:  06/02/1958
Esporte:  Boliche
Categoria:  Sênior
Peso: 68 kg
Altura: 1,70 m
Principais conquistas: Medalha de Ouro nos Jogos Panamericanos em San Juan, Costa Rica,  semana passada; Partida  perfeita na Taça Bahia, em 2000 (Salvador); Campeã Brasileira Individual, em 1998 (São Paulo); Campeã da 23° Taça São Paulo de duplas,  em janeiro (Guarulhos); •Vice Campeã do Brasileiro de Tercetos, em março (Belo Horizonte).

Por Kiara Mila Oliveira
kiara.mila@jornaldebrasilia.com.br
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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