É claro que um planejamento sério e compromissado precisa ser melhor pesquisado e bem mais detalhado que essa sugestão. Mas, em linhas gerais, seguem minhas considerações sobre um plano de ação para desenvolver o boliche no Brasil.

Inicialmente as sugestões foram para a CBBOL  em 2009 mas podem ser aplicadas a qualquer federação a qualquer tempo.

Fazer campanhas em todos os Estados para aumentar o número de filiados, começando pelos clubes que deveriam ter no mínimo duas dezenas de atletas cada um.

Planejar as ações para os próximos 5 anos, com cronogramas detalhados em cada área, objetivos e metas a serem alcançados por cada clube e cada federação. Agendar reavaliações e adequações das propostas periodicamente.

Fazer estudos regulamentares para alterar a periodicidade e valores das mensalidades, pois na primeira fase não há nenhuma receita de patrocínio ou transmissão pela televisão e muito menos receita de ingressos dos eventos.

Nos Clubes minha sugestão é que se faça a cobrança de uma taxa MENSAL de R$ 10,00.

Nas Federações minha sugestão é a cobrança de uma taxa MENSAL de R$ 20,00 para o atleta que desejar ser ranqueado no Estado e de mais R$ 30,00 MENSAIS se o atleta quiser concorrer às convocações para seleções estaduais.

Na CBBOL, a sugestão é de uma taxa MENSAL de R$ 20,00 para o atleta que desejar ser ranqueado nacionalmente e de mais R$ 30,00 MENSAIS se o atleta quiser concorrer às convocações para as Seleções Nacionais. Essa cobrança não poderá ser direta ou avulsa, ou seja, para ser filiado à CBBOL o atleta deverá ser filiado a uma Federação e a um Clube desta federação.

O valor máximo de um atleta com interesse em ser ranqueado estadual e nacionalmente, participar das seleções estaduais e brasileiras seria de R$ 110,00 (R$ 10,00 para o Clube, R$ 20,00 + R$ 30,00 para a Federação, R$ 20,00 + R$ 30,00 para a Confederação).

Planejar no início do ano um fluxo de caixa anual, as verbas de investimento, as despesas de viagens, etc. Fazer uma divulgação ampla e transparente dos valores arrecadados e gastos.

Além das medalhas e/ou troféus, oferecer MENSALIDADES aos melhores colocados, ou maiores partidas ou séries. Por exemplo, os campeões estaduais não pagariam as taxas federativas no ano seguinte, os campeões das taças teriam 100% da inscrição devolvidos, etc.

Considerando essas tabelas acima, as Receitas previstas com o aumento das mensalidades seriam as seguintes:

> Na CBBOL, com a projeção de 715 filiados em 2010 teríamos a arrecadação mensal de R$ 14.300,00 (715 filiados X R$ 20,00), ou seja, R$ 171.600,00 por ano, mais R$ 1.500,00 (50 filiados para as seleções X R$ 30,00) mensalmente (R$ 18.000,00/ano), o que daria um total de R$ 189.600,00/ano.

Na CBBOL, com a projeção de 1550 filiados em 2015 teríamos a arrecadação mensal de R$ 31.000,00 (1550 filiados X R$ 20,00), ou seja, R$ 372.000,00 por ano, mais R$ 2.400,00 (80 filiados para as seleções X R$ 30,00) mensalmente (R$ 28.800,00/ano), o que daria um total de R$ 400.800,00/ano.

Outras ações:

1. AÇÃO: Elaborar um Manual Básico de Boliche com Instruções Básicas Ilustradas, explicações do jogo, da pontuação, histórico, curiosidades, endereços das entidades (CBBOL, Federações e Clubes), tanto físicos quanto virtuais. OBJETIVO: divulgar o aspecto esportivo do jogo Boliche, facilitar o entendimento da pontuação, enaltecer a dinâmica do jogo.

Esse manual poderia ser patrocinado por uma grande empresa nacional (por exemplo, um grande fabricante de refrigerante ou energético).

2. AÇÃO: Orientar as federações jurídica, contábil e administrativamente, extensivo aos clubes, através da repercussão de ações bem sucedidas pontualmente. OBJETIVO: uniformizar a administração das entidades do Boliche.

3. AÇÃO/OBJETIVOS: Montar quiosques durantes os campeonatos oficiais (nacionais e estaduais) para a divulgação de boliche, através da distribuição dos Manuais de forma gratuita, porém condicionada ao preenchimento de uma ficha de cadastro (não necessariamente de filiação), para futuros comunicados através de E-mail.

4. AÇÃO: Sempre colocar faixas de divulgação com detalhes dos eventos nos centros de boliche escolhidos. Por exemplo, destacar a participação dos campeões nacionais e internacionais. OBJETIVO: divulgar os destaques individuais e os ídolos locais e nacionais.

5. AÇÃO: Criar uma Secretaria de Imprensa. OBJETIVO: divulgar todos os fatos relevantes relacionados ao boliche para a mídia em geral.

6. AÇÃO: As Federações Estaduais deverão estreitar o relacionamento com os boliches, através de ofícios orientando sobre equipamento e condicionamento das pistas, promover reuniões periódicas. OBJETIVO: fortalecer os laços de colaboração mútua.

7. AÇÃO: Elaboração de um Banco de Horas/Atletas que seria oferecido aos centros de boliche, gratuitamente ou através de permuta com horas de locação. Exemplo: a Federação treina e escala dois jogadores (devidamente identificados como federados de boliche) para orientar o público no horário de pico (das 21h as 23h, nas sextas-feiras e sábados). OBJETIVO: divulgar o aspecto esportivo do jogo Boliche, facilitar o entendimento da pontuação, enaltecer a dinâmica do jogo.

As dicas seriam no máximo 4 ou 6 (como segurar a bola corretamente, como andar no approach, manter o polegar bem posicionado durante o saque, usar as setas para fazer a pontaria, fazer o balanço de forma suave e direcionada, etc.).

Esses orientadores poderiam distribuir os Manuais Básicos (sempre em troca de um cadastramento básico).

8. Na falta de um Tribunal Desportivo, elaborar um regulamento detalhado para ser ASSINADO pelo atleta no ato da inscrição, obrigando-se não somente ao pagamento da taxa de inscrição mas também a cumprir as regras de bom comportamento.

9. AÇÃO: Divulgar pelo menos dois Rankings: um pela média e outro para as seleções ou convocações (com pontuação conforme a colocação do all events com todas as divisões juntas). OBJETIVO: incentivar a evolução dos atletas, clubes e federações.

Recomendo, também, a leitura dos seguintes artigos:

O Boliche no Brasil tem futuro? (Décio Abreu)

Projeto para o desenvolvimento do Boliche. (Marco Aurélio Arêas)

O Boliche e o Ten Pin Bowling (Rogério Colonna, in memorian)

O que está acontecendo com o Boliche Brasileiro? (Karla Redig)

10 dicas para se conseguir um patrocínio esportivo (César Sbrighi)

30 thoughts on “PLANOS PARA O BOLICHE BRASILEIRO

  1. Caro Bira parabéns pelo projeto. Muito Bom. Eu destacaria ainda mais, esses dias no Trânsito de São Paulo pensei em uma idéia legal. Seria conversar com uma empresa de aviação para patrocínio. Vou comentar a ideia geral, o empresa forneceria por exemplo 10 passagens internacionais por ano par a seleções nacionais, nós criaríamos um link no site por exemplo o seu para comprar de passagens e para finalizar, nós temos em média uns 60 jogadores que viajam por mês aos campeonatos dai podíamos negociar para que eles passem o preço promocional e nós divulgamos aos atletas, sendo assim garatimos retorno a empresa com aumento da sua ocupação e divulgação de um canal de compras.
    Bira você acha que seria viavel esse acordo ou eu ando sonhando muito alto? estou perguntando sua opinião individual.

    1. Charles
      Essa questão de patrocínio para o Boliche nas grandes capitais é muuuuito difícil, porque a demanda é muuuuito grande. Já foi tentado isso antes, gente do boliche que conhecia gente da TAM, mas educadamente responderam “nem pensar”… rs
      O Décio até já ganhou uma ação contra a GOL porque cobraram excesso de peso, por causa das bolas de boliche, imagine então obter desconto nas passagens.
      Se fizermos eventos em Manaus ou Belém é até mais fácil conseguir esse tipo de patrocínio, porém SP, Rio e BH acho difícil.

  2. Bira e Charles apenas pra refletir, se eu quiser me tornar um jogador de ponta, teria que investir por mês:
    – 1 bola nova a cada 6 meses . media de R$ 110,00
    – 2 treinos semanais (5 linhas)* media de R$ 200,00
    – 1 torneio mensal media de R$ 220,00
    – Taxas da FPBOL e CBBOL R$ 110,00
    – Transporte e alimentação** media de R$ 200,00
    – Total R$ 840,00

    * No Planet onde são cobrados por linha
    ** se não houver viagem

    Se esqueci de algum gasto, ou errei em algum valor, favor corrigir.

    Realmente não conseguirei ser um atleta de ponta.

    1. André
      Uma vez perguntei a um jogador em início de carreira, que viajava para todos os eventos CBBOL, se ele já havia feito as contas sobre o quanto gastava com o boliche. Ele respondeu que não. Curiosamente, algum tempo depois, ele abandonou as pistas. Acredito que ele deve ter feito as contas.
      A idéia de fazer cobranças individualizadas das taxas é exatamente para aqueles atletas que não tem grandes pretensões (nacionais, por exemplo), porém com estímulo para participar dos eventos da sua federação e acompanhar o próprio desempenho ao longo do tempo.
      O saudoso Rogério Colonna dizia que jogador com 170 de média devia economizar com bolas novas, concentrando-se em treinar os fundamentos, porque tem muita gente que diz que vai treinar e fica 3 a 4 horas jogando boliche, sem nenhum método de aplicação, avaliação e adequação.

      1. Concordaria com argumento do Rogerio, mas a realidade das bolas de hoje é outra. E você usar uma bola nova num evento, pode significar mais de 10 pinos na media.

  3. André Park,
    O projeto do Bira seria um CENÁRIO PERFEITO, podemos fazer ajustes. Na minha opinião a CBBOL contando com 200 atletas uma taxa de 400 reais ano, que dá 33 reais mensais é um bom valor. Com 80000 só em arrecadação de semestralidade da para começarmos um projeto e a tendência é que com o aumento do número de atletas, essa taxa venha a cair.
    Eu acredito que por ser um esporte caro o Boliche precisa de ter acordos desde o Boliche até com os donos de Pro-shops. Eu já ouvi algumas vezes mas não sei se é VERDADE, pode importar exemplos bolas de boliche pelo fato de não haver um produtor no Brasil a um custo mais baixo, sendo assim eu acredito que podemos “subsidiar” parte desse custo, visto que a bola vai chegar mais barato, então os proprietários podem abaixar o preço. Estou falando de algo que eu já ouvi no Boliche, mas não sei se é verdade.
    André eu pelo que você ajude com ideias, esse é o momento agora, agruparmos o máximo de conceitos e depois fazermos um plano de melhoria.

    1. Charles
      Havendo “RECEITA” considerável a CBBOL poderá executar outras ações importantes para o desenvolvimento do boliche (clínicas especializadas, viagens para a Kegel, para torneios na Europa, etc.), e também subsidiar parte dos eventos, tornando as inscrições mais baratas para todos e, em especial, para os do ranking seletivo.
      Coloquei minhas idéias exatamente para serem debatidas e analisadas.

  4. Bira, isso não é plágio???
    O Silvio Santos já inventou isso faz tempo e chama-se BAÚ DA FELICIDADE.
    Você paga adiantado, achando que tem chance de concorrer a alguma coisa, fica esperando. . . esperando . . . esperando e no final são meia dúzia que aparecem no programa para ganhar um prêmio, o resto (95%, resto?) vai ter que se contentar em ver seu nome em uma planilha de excel como rankeado.
    Gostei da idéia.

    1. Issa
      Se você tiver uma fórmula para desenvolver o boliche no Brasil sem dinheiro, sou todo leitor…
      Esse sistema, creio, é mais transparente e honesto, pois o próprio jogador que fará a opção como irá direcionar o desempenho (carreira) dele no boliche. Se quiser ficar ganhando medalhas de lata e troféus de plástico (tenho um monte, adoro e quero mais) tudo bem, agora aquele que investir mais no boliche terá um retorno direcionado, estruturado e planejado.

  5. Parabéns, Bira, e obrigado por relembrar meu artigo. Como o seu plano, a minha sugestão teria possibilidades. Falta discernimento e vontade. E trabalho.
    Recebi uma mensagem de solidariedade de um grande jogador elogiando a minha tentativa de diálogo. Confesso que desisti.
    Talvez tenhamos que pensar em ter um profissional para levar adiante, entendo que o Geraldo, Luiz Afonso e outros presidentes da CBBOL e federações não tem tempo para levar um projeto destes enquanto tocam suas vidas profissionais. Boa vontade infelizmente não basta. Requer tempo e dedicação. Mas tenho cá as minhas dúvidas que alguém se sustentaria num ambiente onde tem tanta reclamação e falta de cortesia. Acho que colocariam o cara para correr em dois tempos. Ou ele desistiria.
    Infelizmente a guerra de classes continua, não consegui colocar em prática nada deste plano nem na FMB, pois a oposição, somente por ser eu dirigente de um boliche, é muito grande. Frases ridículas como eu não poder ser cachorro e carteiro ao mesmo tempo. Acusações não faltam, até que enfio a faca nos federados, logo eu, que dou a melhor condição de treino (35 pc de desconto em cima da hora a 39,00 à tarde e 51,00 fim de semana até 15 hs) e eventos no Brasil…Mas não mais.
    Obrigado e um abraço.

    1. Décio
      Também ouvi críticas aos planos que elaborei, quase todas baseadas mais no achismo que numa análise imparcial. Falaram até do lado “assistencial” do boliche, aos atletas que não tem dinheiro (ou dizem não ter). Porém é claro que para os iniciantes (ou os da 4.ª divisão, por exemplo) poderia ser dado um incentivo adicional: no primeiro ano pagaria uma taxa simbólica e, dependendo dos resultados nos campeonatos que participar, ter sua condição alterada com a evolução nas médias e participações.
      Concordo com você sobre a “profissionalização” dos dirigentes.

  6. Bira, concordo com tudo do seu plano, EXCETO a parte que fala dos atletas pagarem alguma coisa, além de tudo que já pagam ( semestralidades, inscrições, passagens com excesso de peso, hotel, alimentação, treinos, materiais, etc ).
    Isso me lembra JFK : ” Não perguntei o que a CBBOL pode fazer aos atletas, e sim o que os atletas podem fazer pela CBBOL “. E olha o fim que ele teve. Sou totalmente contra. A obrigação é e sempre deveria ter sido toda da CBBOL.
    Apenas gostaria de te fazer uma pergunta : Você é festivo ou seletivo ? Ou é nosso amigo, como o coronel ? rsrsrsrs
    Abraços

    1. OK, Issa, e de onde virá o dinheiro?
      Se você RETRIBUIR a contribuição mensal de cada um verá que é mais vantajoso fortalecer financeiramente as instituições, porque aí não faltará verba para viagens, premiação em descontos ou isenções dessas taxas, ao invés de só levar medalhas e troféus. Imagina o quanto os campeonatos sairiam mais baratos se tivessem um caixa razoável. Sem grana não se faz nada.
      Sou festivo e amigo… rsrsrsrs
      aBIRAços

  7. Bira
    Parabéns pela iniciativa. Eu senti recentemente o quão difícil é ter que “paitrocinar” meu filho que ama e acredita no Boliche. Thiago, como outros juvenis, é renovação e quer avançar, mas aqui o esporte não quer sair do lugar. Os Colombianos, Venezuelanos, Porto Riquenhos, Dominicanos estão com a meninada afiada, com toda infra a seu favor e aqui: nada…
    Abraços
    Barney

    1. Pois é, Barney, situações como a sua vi muitas na última década. Um início entusiasmado, recheado com muita alegria e disposição, porém, com o passar do tempo, o nível de frustração vai aumentando até o desencanto total… infelizmente.

  8. Bom, volto à minha postura de tentar ajudar ao esporte. Com respeito. Faço isto há mais de 35 anos, não vou calar desta vez. Como homem, já tomei a atitude de me retratar e voltar à rota, ignorar comentários pessoais. Aliás, já havia escrito que o papo estava chato por se desviar para currículo e até dei um tchau. Por isto escrevo neste tópico que trata do futuro.

    Vamos nos ater aos fatos. Não quero ser dono da verdade, mas serve para reflexão.

    Já sabia, mas fui pesquisar mais sobre a história do boliche, para entender porque os EUA dão banho nos outros países. Vejam abaixo o quadro de medalhas (a partir de 63, quando as mulheres tb começaram a competir). Analisando estes números esmagadores, se quisermos pensar grande, temos que aprender com os EUA.

    O Boliche de 10 pinos apareceu em meados dos 1800s, em 1890 teve até revista, o Bowlers Journal. Nos 1920s teve a 1a reunião internacional de boliche da FIQ. Mas os primeiros mundiais de 10 pinos só aconteceram em 1954.

    Os Estados Unidos já apareceram dominando. Coincidência? Já tinham estrutura de ligas há décadas, já tinham verbas, milhares de centros de boliche, uma indústria que investia em pesquisa e tecnologia. Aprenderam a fazer máquinas automáticas, pinos melhores, bolas melhores, pistas niveladas, com óleo para preservar a superfície. Centros de boliche em todas as cidades. O boliche fazia parte do programa esportivo das escolas.

    Claro que o que gerou todo este desenvolvimento não foram torneios internacionais, estes nem aconteciam. O campeonato Americano durava meses até que todos fôssem à cidade sede e jogassem suas 9 linhas. A maioria dos jogadores em atividade nem participava. E o enfoque era para os times, nos 50s e 60s tinha o famoso All Star, com Dick Weber e Don Carter como estrelas, mas o foco era o time.

    Nos anos 50, o boliche estava na moda nos EUA e chegou ao máximo nos 60, quando, inclusive, apareceram os primeiros boliches no Brasil. Foi quando apareceu o pro tour, que tirou o foco de esporte coletivo para esporte individual. Coincidência ou não, começou o declínio nos EUA.

    A ABC, CBBOL de lá, tinha verbas de milhões, cada liga pagando US$ 1,00 por jogador por ano para ser homologada, e assim, com 3 milhões de jogadores, a verba era fabulosa (3 milhões de dólares nos 60s equivalem a 20 hoje), custeava organização, US Team, diretores profissionais, etc. Para chegar lá, não usaram de publicidade, a mídia era espontânea pelo interêsse que o boliche gerava como atividade de lazer para milhões. Mais de 95% dos praticantes não acompanhava o pro tour nem imaginava que havia torneios internacionais. Aliás, ainda hoje mais de 95% dos praticantes de boliche nos EUA não sabe nada a respeito de eventos internacionais, nem se interessa. Palavra do ex dono da maior revista de boliche dos EUA.

    Os EUA atingiram milhões de jogadores ANTES de terem centros como a Kegel, técnicos especializados. Notem bem a ordem das coisas. E atingiram estes números porque boliche era divertido.

    Querem que o Brasil se aproxime do líder mundial no esporte boliche? Aprendamos com eles. Se acharem minha estorinha coisa do passado, tudo bem. Mas convem aprender com quem sabe fazer bem feito.

    Vejam o admirável retrospecto deles:

    World Championships
    Medal standing all togehter
    Federation Gold Silver Bronze
    USA ……..46….37…..37
    Sweden……25….24…..17
    Finland…..14….21…..17

    World Tenpin Team Cup
    Medal standing all togehter
    Federation Gold Silver Bronze
    USA……….4…..4…..1
    Finland……3…..1…..2
    Sweden…….2…..3…..0

    World Cup
    Medal standing all togehter
    Federation Gold Silver Bronze
    USA………17….7……6
    Canada…….9….4……3
    Philippines..7….6……6

    Também para esclarecer, quanto ao campeonato que transcrevi os resultados, era de mulheres adultas (ver no bowling digital), a líder no all events teve 240 de média e teve 119 mulheres acima de 200 de média, mais de metade das competidoras. Já escrevi antes no site boliche, temos as máquinas, mas algo não funciona, seja na limpeza ou outra coisa qualquer. O que é difícil lá fora, aqui é sempre pior. Quem já jogou o mesmo programa aqui e lá fora sabe que falo a verdade. E a campeã mundial deste evento tem o mesmo valor de qq outro mundial, mesmo de médias baixas. Aliás, deve ter tido muito mais emoção, pois foram alguns 300s.

    119. Milki Ng Tsz Yin Hong Kong 21 1209 1266 1139 586 4200 200.00

    Sei que muitos seguem pensando como antes, mas trago estes dados para que pelo menos quem entrar na CBBOL, ou quiser ajudar, se mire nos exemplos que funcionam e, mesmo que não concorde, pense na alternativa.

    Lembro também que pelo menos alguns (ou muitos, não sei) dos nossos atletas que dão certo, como o Cielo, Joaquim Cruz e outros, fazem como o Marcelo, vão aprender e se aperfeiçoar lá fora, o mundo mudou e a competitividade alcançou outros níveis de especialização. Mas segue a proporcionalidade, sem ser regra exata, que, quanto maior o número de praticantes, maior a chance de termos um esporte maior e com melhores resultados internacionais.

    Vejam resposta do ex dono do Bowlers Journal, que seguiu um trabalho do avô e do pai (desde 1898).

    Bowling? If I was a proprietor, I’d stick with the scores that favor most of your customers. The pros ask for tough conditions, but how many pros are there?
    ABC was formed around 1900 to create uniform tenpin rules of play and to standarize equipment. Bowling started in New York and the game spread westward in a hurry. In 1970, we had 10,000 centers in the US. Today, it’s 5,000. But overseas, it’s about 7,000.

    Vejam, hoje tem nos EUA 5.000 centros de boliche. Já teve 10.000. No resto do mundo, 7.000. E acho que os 5.000 dos EUA têm mais pistas que os 7.000 do resto do mundo, os boliches dos EUA são de 32 pistas para cima. Não pode ser coincidência que o time deles é o melhor e, se sai um, o outro que entra é melhor ainda.

    Não pretendo seguir em debate. Somente trazer estes dados.

    Um abraço.

    1. Décio
      Agradeço as informações e o material de imenso valor para debate que você produziu na sua mensagem.
      É para ser usado como base para uma análise profunda sobre o boliche como esporte e negócio.
      Obrigado, mesmo.
      PS: Gosto mais desse seu lado Dr. Jekyll ao do Mr. Hyde… rs

  9. Ainda para melhor informar.

    Após o início do pro tour, o foco dos jogadores e diretores mudou: paulatinamente, os jogadores top e os dirigentes foram se voltando para os jogadores de elite e a competição individual. O foco no esporte coletivo começou a mudar. Daqui a pouco falo sobre este assunto.

    Primeiro, vamos à evolução do equipamento.

    Com a evolução do pro tour, para alguns, jogar bem começou a significar dinheiro. As bolas eram miolos redondos dentro da casca, a diferença era o top (deslocamento do miolo em relação à casca) e a dureza, que tinha um limite mínimo. Quanto mais macia a bola, mais aderência, mais strikes em pistas com óleo. As bolas eram de borracha. Então apareceu a primeira bola de poliester, ainda bola dentro de bola. Com uma distribuição de peso diferente entre o miolo e a casca, se mostraram mais eficientes. Aí, meio por acaso, veio uma grande mudança no jogo. Um pro de jogo médio começou a se destacar, fazia muito strikes. Começou-se a especular que sua bola era macia demais. Porém, ao fazer o teste do durômetro, a bola passava. Ele, no entanto, deixava sua bola antes dos jogos mergulhada num produto (não me lembro agora se thiner ou algo assim) que amolecia a superfície da bola por algum tempo, e ganhava aderência extra, mais strikes. Depois de algum tempo, voltava ao normal.

    A partir disto, a indústria começou a pesquisar nos materiais das bolas, que levou à yellow dot (columbia poliester macio) e depois à bola de uretano.

    Ainda com bolas de uretano, a AMF lançou a Cobra, primeira bola com miolo assimétrico, que impulsionava a bola de maneira acelerada e fazia mais strikes. Depois veio o uretano reativo combinado com os miolos assimétricos. Estes materiais, de grande aderência, “chupavam” o óleo das pistas rapidamente, e os miolos assimétricos “viravam” a bola no back end, fazendo que a bola tocasse a pista com uma superfície seca, diferente de onde a bola tocava a cabeceira, mais aderência. Então apareceu a Kegel inovando com óleos mais viscosos e densos (o tal do gel), e continua desenvolvendo novos óleos e detergentes até hoje, e o boliche virou um esporte muito mais complicado, inacessível para a maioria. E menos interessante, menos divertido para a maioria. E encolheu sobremaneira.

    Vejam, tudo isto aconteceu pelo foco nos tops e valorização dos jogadores de ponta em detrimento do jogo coletivo ou da maioria.

    Alguns dirão que é assim hoje, é a evolução, então temos que nos adaptar. Não é bem assim.

    O boliche, nos moldes dos 60s, era baseado em equipes. No RJ, eram 24 equipes de quintetos e não tinha vaga, os torneios duravam de março a novembro, e tinha fila de espera para entrar, mesmo num boliche de pin boys. Tínhamos 160 jogadores ativos, e somente 3 jogadores, o Toninho, Walter, eu mesmo, nos importávamos com o all events. O resto não estava nem aí, mas adorava jogar. Porque? Porque era divertido. Como os jogos eram de confronto direto das equipes, não havia monotonia nunca. Cada frame era importante, a jogada do companheiro e do adversário contava tanto quanto a nossa própria. Emoção e atenção todo o tempo. As pessoas jogavam 3 linhas por rodada e era divertido. Porque? Porque era jogo de equipes, todos estavam envolvidos e disputando. Todos (exceto o tênis) os esportes populares no mundo são coletivos.

    A mudança de foco dos jogadores médios para os jogadores de elite, do time para esporte individual, nos EUA e no Brasil, levaram o boliche à decadência. Como eu disse numa das minhas primeiras mensagens no tópico do condicionamento festivo, se continuarmos a priorizar os interêsses dos 3 jogadores da Taça DF que querem ir a um Pan e deixarmos os outros 93 de lado, vai dar uma solidão terrível nos eventos nacionais.

    Se o boliche sobrevive nos EUA e muitos outros países, é por causa da diversão, do jogador médio. O de ponta é consequência.

    Já fizemos aqui no Del Rey vários torneios de novos com confronto direto. Todos gostaram. Mas a FMB e seus jogadores top não aceitam. Paciência, vamos remando contra a maré. E diminuindo.

    Em meu artigo que o Bira mencionou, falo de trocas de experiências entre as federações para que se divulgue o que dá certo e o que não dá. Em todos os esportes, os grandes campeões saem do esporte de base. Porque aqui no Brasil queremos inverter esta ordem? Que os jogadores top formem a base?

    Sei que os jogadores de ponta sempre vão pensar no imediatismo. Ou no esporte visto do seu ponto de vista. Mas, muitas vezes, o caminho é outro.

    Um abraço.

    1. Caro Décio Jekyll Abreu
      Outro ótimo texto sobre a administração eficiente do Boliche. Pena que tem que combinar com o outro lado pras coisas darem certo, como dizia o Garrincha.
      Tomara um dia ouçam a temperança.

  10. Bom, agora a terceira e última mensagem sobre o esporte.

    Muitos jogadores de hoje, inclusive de ponta e que aqui opinam, não conhecem o lado do esporte do qual estou falando.

    Bom, vamos voltar ao início dos torneios internacionais. A FIQ planejou um torneio que tivesse um ciclo de uma semana. Assim, os jogadores poderiam sair de seus países na sexta, treinar e se ambientar sábado e domingo, e jogar 6 dias e voltar para casa, perdendo somente uma semana de atividades, afinal, estamos falando de esporte amador. Assim, criaram este formato de 24 linhas em fases individual, duplas, tercetos e equipes. Os 16 melhores iriam para o Round-Robin, hoje reduzido a semifinais de confronto para ser mais rápido, e os jogadores terem mais dois dias para se adaptarem ao fuso horário.

    Este formato é o ideal para eventos nacionais e/ou internacionais pela rapidez com que se resolve um mundial. E tem um número de linhas jogadas significativo, além de renovar a esperança de medalha a cada dia, a cada fase.

    Assim como no futebol, o formato da Copa do Mundo é um, e o que funciona no dia a dia do esporte é outro formato. No Brasil já vivemos o mata mata e voltamos aos pontos corridos.

    No boliche, o que funciona, é jogo de confronto direto. Provavelmente alguns jogadores como o Feliph, Daniel, William, Issa e muitos outros nem sabem como é este tipo de competição. Conforme expliquei antes, é um time contra o outro, valendo ponto a cada linha. Assim, se um time joga contra o outro 6 linhas, o jogo pode ser 7 x 0, 6 x 1, 5 x 2, etc, cada linha valendo um ponto e o total de pinos um ponto extra. Assim, temos um esporte emocionante, a cada frame podendo virar, a jogada do companheiro valendo como a sua, muito mais emocionante e cativante. É muito menos monótono do que vemos em eventos de linhas corridas, onde a maioria já está fora de alcance nas duas últimas rodadas. Para entender o que falo, podem conversar com quem já participou. Vejam que não estou falando de condicionamento. Para ser divertido e cativante, muito mais coisa tem que mudar no boliche brasileiro.

    Apesar de não haver boliches automáticos no Brasil até 1982, MG, DF, RJ e SP faziam eventos interestaduais com equipes, em confronto direto. E era um sucesso. Tínhamos mais jogadores motivados do que hoje, e olhe que o RJ tinha 8 pistas, SP 20, DF 10, MG 8. Desta safra de jogadores, consegui-se muito maior número de jogadores de elite (que se confirmaram como tal nos boliches automáticos e internacionalmente) do que hoje. Alguns ainda sobrevivem como jogadores de elite apesar da idade.

    Vejam quantos jogadores vieram desta safra: Walter, Marcio, Geraldo, Nelson Paschoal, Renato Castellões, Rogerio Mattos, Lula, Mario Tavares, Jacque, Sandra, Pedro Rocha, Veiga, Marco Aurelio, Décio, Oswaldo, Juliano, Mario Jorge, Freire, Claudio Bruno, Hikari, Milena, Tininha, Paulette, Cuca, Almir, Caco, Renê e muitos outros, me perdoem os que não citei, já sou senior.

    Também já relatei aqui, normalmente são os jogadores de elite que se interessam e acabam como dirigentes de federações e CBBOL. O que acontece, é que eles começam a regulamentar e valorizar aspectos conforme o seu ponto de vista, não do esporte como um todo. E os condicionamentos, regulamentos de eventos, etc, acabam voltados somente para os jogadores de elite, e acaba-se matando o esporte, sua renovação.

    Sempre vivi como um peixe fora d’água, sempre vivi, como dirigente, brigando com a classe da qual fazia parte, a classe dos jogadores de elite. Sempre briguei pelo crescimento do esporte, pela renovação, por cativar mais e novos adeptos, mas em vão, sempre fui minoria nesta turma.

    Talvez agora me entendam um pouco mais, quem sabe algumas federações queiram experimentar um novo formato de eventos e se dar uma chance de crescimento. Tenho certeza que novos valores aparecerão, além de um renovo no ânimo dos participantes.

    Um abraço.

  11. Gostaria de relatar uma viagem minha a Coreia do Sul em 2000, fui visitar alguns centros de Boliche e quero falar do eu vi:
    – Do hotel onde estava fui a pé a 3 centros de Boliche, um em frente do Hotel, outro a 500mts a direita e o terceiro a uns 700 mts a esquerda. Gozado que nenhum deles ficava aberto até meia noite, fechavam em torno de 23hs ou antes. E abriam de 9hs ou 10hs da manhã.
    Por curiosidade fui num deles as 10hs, e vi um grupo de aposentados +- 16 pessoas praticando boliche, dono estava reclamando que vieram poucas pessoas, pois o normal é 30 pessoas, grupos que se organizam e fazem torneios semanalmente.
    Também conheci um jogador da Liga Pro, estes que visam uma competição internacional, etc. e perguntei algumas coisas, uma delas é que vi boliche com pista de madeira ainda, com 10 tabuas de bloqueio, eu disse 10 tabuas que acho que nunca passaram óleo nelas. A diferença de cor era gritante. Se era comum estas passagens de óleo, e a resposta foi SIM, mais de 90% são jogados em óleos festivos, retruquei e como vocês da Liga vão competir fora jogando “apenas” com óleo fácil? A resposta foi muito simples, dedicamos nossos treinos de uma forma qualificada para prepararmos melhor.
    Pra quem possa interessar, ou melhor Bira, favor dar uma olhada nos resultados da Coreia do Sul no cenario mundial nos últimos 10 anos.
    Obrigado.

  12. Olhem a raridade que encontrei, do saudoso Rogério Colonna (publicado em novembro de 1998)

    “ALERTANDO OS DIRIGENTES DO BOLICHE NO BRASIL

    O boliche brasileiro está desorientado. É preciso que as federações estaduais cuidem do problema.

    Existem três tipos de jogadores de boliche: o ocasional, o habitual social (também chamado jogador de Liga) e o habitual de elite. A história do bowling comprova que somente o tipo intermediário ‚ que tem capacidade de garantir, ano após ano, as 15 linhas por pista por dia necessárias à sobrevivência do boliche.

    Desprezado pelos donos de boliche e incapaz de competir com a elite, o jogador de Liga acaba se afastando. Começa então a anemia financeira do boliche, que pode ser momentaneamente disfarçada pelo canto de sereia do jogador ocasional mas um dia ser sentida.

    No Rio de Janeiro, já vimos esse filme nos anos 70. Parece que agora querem reprisá-lo.”

  13. Pois aqui no Boliche del Rey é um pouco diferente, embora nosso pensamento seja muito parecido com o que o Rogério expõe.
    Nós defendemos o jogador médio porque julgamos que ele garante a sobrevivência e desenvolvimento do ESPORTE.
    Como proprietário (que sempre ficou em segundo plano nas minhas decisões) e como lutador pelo esporte, sempre acreditei que, no dia que a FMB tivesse 250 jogadores em atividade, nossos horários ociosos estariam preenchidos. Sabidamente jogadores de boliche não treinam nos sábados à noite, nem domingo à tarde, no meio da muvuca. Por isto, sempre falei neste site que não entendo a guerra de classes, os proprietários de boliche são os maiores interessados que o esporte cresça.
    Mas em vão. O pensamento elitista de alguns jogadores e dirigentes acaba com o crescimento do esporte ao priorizar somente a elite com regulamentos, condicionamentos, rankings e formatos de eventos.
    Como temos uma situação diferente dos EUA, onde tem um boliche de 50 pistas por bairro, os boliches brasileiros sobrevivem do público e dependem muito menos das ligas ou federações dos que os americanos.
    E assim os federados perdem os que poderiam ser os maiores apoiadores: os proprietários de boliche.
    De onde veio o Fenômeno? do São Cristóvão ou Bonsucesso. O Pelé? do Bauru AC. O Guga? de Florianópolis. O Ayrton? do kart infantil. Se estes atletas mundiais não tivessem uma grande base nos seus esportes, oportunidade de começar e crescer, seriam abortados antes de nascer. Assim é com o boliche brasileiro.
    Mais outro abraço.

  14. Vou dar um exemplo:
    O Juliano. O pai dele, José Júlio, meu grande amigo, jogou junto com o Toninho e comigo durante anos em uma equipe no RJ. Conheço o Zé Júlio antes dele casar. Vi o Juliano nascer. Pois bem, se não fôsse o formato de torneios que tínhamos na época, o Zé Júlio jamais jogaria anos com o Velhão e comigo, que sempre disputávamos o all events. Como o boliche era mais voltado para uma maior integração, o Zé jogou anos e sempre motivado. E, por causa disto, o Juliano cresceu dentro de um boliche e acabou se tornando o jogador que é.
    Nos dias de hoje, com a mentalidade reinante, o Zé teria parado e o Juliano não teria crescido dentro de um boliche e se interessado pelo esporte. Assim como o Fabio Rezende e o Birão. O Charles e a Roseli. E junto com o Fabio veio o Feliph. Quem sabe o Flavinho, o Bernardo no futuro. E outros mais. Por isto falei para o Daniel não esquecer as suas origens. Nem nossos dirigentes se esquecerem das origens dos nossos craques. Seriam talentos abortados…
    Abraços.

    1. Outro texto primoroso do Colonna, que fala do boliche nos primeiros tempos…

      “O PERÍODO JURÁSSICO NO RIO

      Como diz o Fernandão (Cals), somos do Período Jurássico do boliche carioca… Comecei por volta de 1965.

      “Meu coração tem catedrais imensas, templos de priscas e longínquas datas onde um nume de amor em serenatas canta a aleluia virginal das crenças” (Augusto dos Anjos)…

      Na Casa da Suíça, as duas primeiras pistas do Rio. O Canecão já foi boliche. Scala e Gatopardo também… Bolas brasileiras – Orion e Marfinite – testemunhavam a pujança desse esporte.Acredita que já houve Liga Feminina à tarde, organizada por americanas?

      As pistas eram difíceis, secas.

      221 deu-me medalha de maior partida um ano na Rio Bowling League.

      Americanos, jogando hook, queixavam-se que nos USA suas médias eram 25 a 35 pinos maiores.Brasileiros jogando hook só dois: Juarez e eu. Os cobras arremessavam bolas retas.

      Carcará, Flintstones, Contra Pinos, Luluzinhas, Brasas… Artistas como Nair Belo, MPB4… Os Bergallo, os Cals, os Almeida, os Leal, os Peixoto de Castro… Dos muitos craques de então, sobressai o consistente Hugo del Vechio… Alex, precursor ou introdutor do helicóptero? Matos, primeiro 300, em treino, pino com cordinha e mão no bolso… O garoto Walter aparecendo…

      O italiano Bertelli gerenciando no Pax e outros… No Gávea, a simpatia de Ziza e Guilherme; e então lá pegou fogo… Começou aí a decadência do boliche carioca, interrompida (momentaneamente?)`com a vinda da Brunswick para o Brasil.

      Assim foi o boliche no Rio, feliz enquanto durou.

      “Como os velhos templários medievais penetrei um dia nessas catedrais, nesses templos claros e risonhos. Erguendo os gládios e brandindo as hastas no desespero dos iconoclastas Quebrei a imagem de meus próprios sonhos” Augusto dos Anjos.”

      (publicado em setembro de 1999)

  15. Não tive tempo de ler tudo, portanto vai minha opinião apenas sobre o tópico:

    A organização do desporto nacional é totalmente anacrônica!
    Basear o esporte em clubes é algo totalmente retrogrado já que os próprios clubes sociais praticamente deixaram de existir. Ainda que perdurassem os clubes sociais não existe mais nenhum deles com pistas de boliche.

    Certamente é necessário pensar no esporte a longo prazo, mas isso passa por formar novos atletas e conseguir resultados. Continuamos investindo muito em atletas em final de carreira e nada nas bases.

    A CBBOL já formou alguns treinadores bronze no Brasil, mas não me lembro de ter feito qualquer tipo de programa de treinamento pelas federações com estes “técnicos”.

    A ultima clinica aberta, proporcionada por um treinador de ponta que me lembro foi na gestão do Marco Aurélio (Alfonso Rodrigues).

    Enquanto não se repensar a nível de federações e em especial da Confederação o acesso a informação e treinamento dos novatos que se interessam pelo esporte vamos continuar sendo visto como um jogo!

    Abs,

  16. Asdrúbal
    Espero que os demais dirigentes tenham tempo para ler os planos e os comentários apresentados, porque eles contém informações muito importantes para o desenvolvimento do boliche brasileiro.
    Gostaria saber de onde tirou a informação que não existe mais nenhum clube social com pistas de boliche.
    Os investimentos são ínfimos tanto para atletas em final quanto em início de carreira, desde sempre.
    O Fred Borden, técnico do US Team, esteve no Brasil na gestão do César Maciel.
    Dizer o que NÃO deve ser feito é até fácil, gostaria de conhecer os seus planos e sugestões, para debatermos.
    Abraços
    Bira

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