A CAMINHO DO PAN: BOLICHE, O HOBBY QUE TAMBÉM É ESPORTE

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No México, Márcio Vieira diz que servirá de “boi de piranha” para Marcelo Suartz

(notícia original do site R7 – Rede Record, por Carolina Canossa)

Presente na disputa dos Jogos Pan-americanos desde Havana-1991, o boliche costuma ser mais associado ao entretenimento que à prática esportiva. Entretanto, ao contrário do que se possa imaginar, a modalidade exige de seus praticantes muita força física, além de preparo mental e estratégia para se dar bem nas diferentes condições de piso possíveis.

Líder do ranking brasileiro e primeiro presidente da CBBol (Confederação Brasileira de Boliche), Márcio Vieira fez comparações com outros esportes para explicar as pecularidades do boliche. O basquete e o tiro, por exemplo, foram lembrados devido à pressão psicológica no final das partidas:

– O aspecto mental é quase como se fosse o do tiro, mas você não pode ficar muito energizado. É preciso ter calma e passar a adrenalina para os seus músculos. É como se fosse um lance livre: converter um é fácil no primeiro quarto, mas não no final do jogo.

Por mais distante que possa parecer do boliche, a Fórmula 1 também foi citada. Isso porque em cada partida é usado um tipo de óleo diferente na pista, o que pode alterar completamente a estratégia de cada jogador devido às diferentes reações da bola.

– Isso só é divulgado pouco tempo antes e cada óleo funciona como os circuitos de Fórmula 1: um é mais lento, outro mais rápido… Temos bolas específicas para cada padrão de óleo e é aí que treinamos. Você descobre qual está na pista em função do comportamento de uma bola padrão no aquecimento. São como os tipos de piso no tênis. É um fator imponderável, mas no fim sempre tem um [Roger] Federer ou [Rafael] Nadal que sempre vai estar entre os melhores.

No treinamento físico, uma surpresa, já que a melhor preparação precisa ser feita com as pernas:

– Qualquer um pode jogar boliche, mas é preciso ter fortes pernas, embora todos pensem que sejam os braços. Você apoia todo o movimento do lançamento nela e também passa o jogo inteiro andando e se abaixando para pegar a bola.

No começo de março, Vieira assegurou sua vaga nos Jogos de Guadalajara ao lado de Marcelo Suartz, Stephanie Martins e Marizete Scheer. Com a experiência de ter jogado em Havana-1991, Mar del Plata-1995 e Winnipeg-1999, ele é o único dos quatro que não será estreante na disputa. No México, admite ser “escada” para Suartz, considerado o maior talento da nova geração no país e que atualmente compete nos Estados Unidos.

– Sinceramente, não temos chances de ganhar ouro em duplas porque os Estados Unidos jogarão com dois profissionais que são campeões mundiais de países. É mais provável conseguirmos medalha no individual, com o Marcelo. Vou servir de “boi de piranha” para ele ir à final do individual, descobrindo, por exemplo, para onde a bola vai na pista, pois tenho mais talento psicológico que ele. Com a bola na mão, não vou jogar para matar.

O melhor resultado do Brasil no Pan foi há quatro anos, no Rio de Janeiro, quando Fábio Rezende e Rodrigo Hermes ficaram com a prata na disputa de duplas – até então, o país jamais havia subido ao pódio na modalidade. Rezende era o técnico da equipe verde-amarela na ocasião.

A Rede Record transmitirá os Jogos Olímpicos de Londres-2012 com exclusividade na TV aberta brasileira, e também pela internet. A emissora também detém os direitos de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e Toronto-2015, e da Olimpíada do Rio de Janeiro-2016.

1 thought on “A CAMINHO DO PAN: BOLICHE, O HOBBY QUE TAMBÉM É ESPORTE

  1. Aí, Bira!
    A matéria ficou grau 7,5. É sempre bom ler de boliche na mídia, mas nem eu entendi o que foi escrito na comparação com o Tiro. Muito menos falei que sou mais forte que o Marcelo psicologicamente. Na verdade falei que o meu jogo físico é menos forte que o dele e, sendo assim, eu teria que estar “bem no mental” para descobrir a minha melhor linha de jogo. Se eu estiver alinhado, o Marcelo vai usar minha trilha para, com mais poder, ter ainda mais conforto para jogar. Isto é o que chamei de “Boi de Piranha”. Em resumo, como dizem os doutores professores do futebol, a culpa é da imprensa !! rsrsrs

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