CARCARAWeb“ESTORIETA ESPORTIVA – BOLICHE
(da série Arqueológica do Blog do Fernando Cals, publicada lá em 12.10.2004)

1964, dezembro, batizado da minha primeira filha, Andréa, o boliche estava em alta. No Rio e em São Paulo os boliches, todos em condições precárias (isso eu veria bem mais tarde, quando começaram a aparecer os boliches de qualidade, automáticos, de competição), pululavam pelo Rio todo. Mais ou menos umas quinze casas do gênero. Era o barato da época!

Comecei meio sem querer, pois ainda não havia assimilado bem a idéia de arremessar uma bola de mais de sete quilos, pela noite a fora. Resistia aos convites. Mas, nesse dia do batizado da Andréa, com amigos e primos que já jogavam, fui (fomos, eu e Verinha) jogar no boliche Gávea.

Como nunca havia jogado, além de observar alguns caras que jogavam bem, tentei ver qual a semelhança com algum dos esportes que praticara. Imediatamente fiz uma analogia com o basquete, achando que a corrida para o arremesso do boliche tinha algo a ver com a bandeja do basquete e fui me ajeitando. Já no fim da noite, não jogava mais a bola na canaleta.

Nunca mais parei de jogar boliche, esporte que pratiquei até o ano 2001 quando mudei para Correas e, dadas as péssimas condições das pistas locais, arquivei bolas, sapatos, luvas e demais “geringonças” do jogo. Com muita pena, pois adorava jogar boliche.

Dessa data, meu primeiro encontro com o boliche, foi um pulo para eu começar a me interessar pelos campeonatos. Jogava bem, tinha uma boa disponibilidade física e entrei nas primeiras equipes oficiais dos boliches da época. Joguei primeiro na equipe do Pax, boliche de Ipanema, depois fizemos um equipe, Gemini 5, com minha mulher, minha irmã e meu cunhado, todos nascidos sob o signo de Gêmeos. Pura e gostosa brincadeira.

A partir daí, a coisa ficou séria, alguns amigos formaram uma equipe, fui convidado e… foi um pulo! Nascia o Carcará; e deu certo! Muito certo!

O CARCARÁ!!!
No primeiro Rio/São Paulo do esporte (já começavam a existir as Federações e clubes de boliche), disputamos bem, mas chegamos em quarto lugar. Ganhou uma equipe de São Paulo, se não me engano, do Corintians. Grande equipe!

Ficamos ligados e montamos, para o Rio/SP de 1970, uma equipe mais forte, apoiada no grupo básico inicial (Guido, o fundador, Felipe, Bob e Fernandão), trouxemos um cara que era (foi durante muito tempo) um dos craques da modalidade, Toninho Carvalho, incorporamos o Costa, grego engraçadissimo e bom jogador, veio o Ivan (o Doutor), um médico que jogava esquisitamente, mas muito eficiente, e fomos a luta.

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A EQUIPE!

Moral da estória: ao fim de quatro meses de disputas, fomos campeões com quatro rodadas de antecedência, dando início ai, a hegemonia do Carcará, no Rio e no Brasil, até meados dos anos 90.

Muitas vitórias e muita estória pra contar.

5 thoughts on “TEMPO TÃO FELIZ… (5)

  1. Fernandão, muitas saudades do amigo. Lembro que o Carcará sempre foi uma referência quando eu perguntava ao meu avô sobre grandes equipes.

    Legal ver você e o Toninho de cabelos negros…rs

    Apareça aqui no Rio!

    Grande abraço,
    Marcio Martins

  2. Grande Fernandão
    Bom “reve-lo”, bela cronica, lembro muito da equipe Carcará, grandes jogadores, o pé de vento que o diga… ganhar campeonato por um pino, depois de meses….
    não vivi a época mais antiga(antes de 1974) mas conheci quase todos.
    um grande abraço.
    http://www.rudytrindade.nt

  3. Pois é amigos queridos.
    Legal ver que a gente ainda se liga no boliche,
    e mais legal ver o intenso debate e movimento que
    a foto postada pelo Rudy Trindade lá no FaceBook provocou.
    O entrevero entre CB e Décio Abreu, embora meio fora de propósito,
    mostrou que nossos neurônios e nossas preservações pelas nossas memórias
    e “glórias no esporte”, continuam intactas.
    Avante, putada, como diria o filósosfo, rsrsrsrs
    Abraços e saudades, renovadas!

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