No Estado
democrático de Direito, a liberdade fundamental do homem é o
esteio da igualdade, inclusive no esporte.
Para os desavisados, antes que expressem qualquer ressalva à minha
opinião, ressalto que estou aqui na condição de federada, e, embora não
jogue, tenho direitos iguais, uma vez que contribuo regularmente com a
Federação de meu Estado, participo ativamente junto a Confederação que
regula as normas que regem o esporte em questão.
Ainda que falhas, as normas só podem ser melhoradas com a contribuição
de cada um de vocês. Para isso é necessário participação ativa. Porém, a
participação tem que ser construtiva e não degenerativa.
Críticas são viáveis desde que cada qual contribua de alguma forma com
opiniões oportunas. Não por meio de agressões verbais, dissimulação e
indiretas. Portanto, tenho igual direito de ressaltar minhas opiniões,
que estão eqüidistantes, ainda que caminhem paralelamente com a de todos
vocês.
Estou em luto, não acredito que esse site, em especial o mural, tenha
sido criado pelo Bira, para ser o canal de agressões verbais, onde cada
qual expressa suas verdades e diferenças.
Todos tem razão, cada qual com um “pitaco” das próprias verdades.
Existem normas que nem sempre são cumpridas, pois os dirigentes, na
maioria das vezes, fazem vista grossa para não criarem ânimo de
desarmonia entre vocês.
O histórico do boliche demonstra de forma cabal que não está preparado
para tornar-se um esporte olímpico, mas nem assim, há que ser
desmerecido.
Temos que enaltecer aqueles que se sobressaem, que lutam para estar
entre os melhores, não importa a divisão a qual pertençam. Se
para alguns poucos, o importante é estar entre os 24 da primeira
divisão, para outros tantos, o momento de regozijo se encontra na
medalha que lhe é pendurada no pescoço ao final do campeonato. E isso
não o torna melhor ou pior atleta daqueles que almejam figurar entre os
24 nacionais e/ou regionais
Lembrem-se, as metas e sonhos são distintas. Respeitem seus pares... e
ímpares.
A condição de adepta ao esporte, apenas uma aficionada que não joga, não
entende nada, jamais vai conseguir colocar uma bola na tábua 10,
uma vez tratar-se da rainha da canaleta, ainda assim, me vejo no
direito de me expressar através desse canal de comunicação.
Estou em luto, pois o que torna o boliche cativante, com seu brilho
próprio, é a interação dos atletas, a harmonia e diversão que cada qual
demonstra durante os campeonatos regionais e ou nacionais. É um bailado
divertido, com musicalidade própria, permeado de energia individual, que
ao final, para pessoas como eu, que assiste a tudo de camarote, acaba
por trazer diversão, alegria... harmonia!
Estou triste de ver vocês se digladiarem, colocando expressões pesadas,
dirigindo-se equivocamente às pessoas erradas.
A função dos dirigentes é condicionar as normas para que os atletas sob
sua responsabilidade obtenham o melhor do esporte. Não importa se o
“bolicheiro” utiliza-se do boliche como um anti estresse ou se leva a
sério como um esporte, o que de fato é.
Alguns nadam por lhes fazer bem para a saúde física e mental e nem por
isso a natação deixa de ser um esporte sério.
Àqueles que levam o boliche como esporte, parabéns!
Continuem sua luta, que merece meu total respeito. E aqueles que levam o
boliche como um anti estresse, um local de encontro entre amigos, uma
confraternização entre colegas que se uniram através de uma filiação ao
clube que lhes é simpático, por se tratar de uma desculpa para estarem
juntos e se divertindo, também meus parabéns.
Vocês são os verdadeiros responsáveis pela existência desse esporte. Não
se faz uma agremiação, um clube, uma federação, uma confederação com
umas poucas andorinhas. É o conjunto que mantém ativo o esporte.
É imprescindível que se respeitem, cada qual em suas opiniões pessoais,
e não façam desse mural, um caminho fatal, para externar crenças
pessoais, ou ainda que coletivas, de forma agressiva.
Lembrem-se que “papel” aceita tudo e não tem volta.
Muito mais válida a discussão “cara-a-cara”, pois ao final, poderá
acabar em pizza ou em um amistoso abraço.
No entanto, externar agressões verbais, poderá ruir a harmonia
fundamental que têm mantido os senhores juntos ao longo dos anos. Não
importa o credo, a raça, a religião, o Clube, a Federação.
Importa a sobrevivência dos inúmeros campeonatos que reúne um
universo tão distinto de pessoas que ao final se confraternizam com
abraços, piadas e brejas estupidamente geladas.
Tenho fé que o discernimento dos senhores prevalecerá. Afinal,
todos têm razão. Embora não percebam, todos lutam pela sobrevivência
do boliche, alguns pelos momentos únicos de diversão e anti estresse que
o mesmo lhes proporciona, outros pela satisfação da competição, adotando
o Boliche como esporte.
Abraços,
Suzi Azevedo
10.04.11