Bug Bowling III
por Wagner Cerchiai
Oi
amigos e bolicheiros de Sampa e todo o Brasil!
Vamos para a nossa terceira matéria.
Escolhi um tema que creio ser bem interessante e que está na cabeça de muitos
bolicheiros ou bowlers, SAQUE!
Como todos sabem, o saque é como o jogador libera a bola da sua mão, é
exatamente a finalização do arremesso, também chamado de delivery,
entrega na tradução exata do inglês. Ou release, que é “como”
ele entrega a bola na pista.
Para começar o assunto, o saque é o resultado de todo o approach
ou aproximação, que é segundo Benê Villa, nosso grande guru e
treinador, o fundamento mais importante do boliche.
Para realizar um bom saque, o atleta tem que chegar inteiro no final do
approach,
isto significa em português bem claro, que o jogador tem que chegar
parado muito firme na final do approach
e em seguida, milésimos de segundos após, sacar a bola. Devemos
reparar muito atentamente nas outras pessoas ou em vídeos da PBA, que
alguns atletas sacam a bola imediatamente à parada ou até mesmo
literalmente param e executa o saque depois, isso é o correto, todo o
movimento do início ao fim, é regido pelo que se chama timing
em inglês, ou traduzido na nossa língua, CADÊNCIA,
SINCRONISMO.
Timing,
é todo o sincronismo do arremesso do boliche desde o início do
movimento até o saque, invocando novamente o Benê, tudo o que podemos
fazer no arremesso da bola, consiste entre o início do movimento até a
hora do saque, após a bola ter saído da nossa mão, nada poderemos
fazer a não ser torcer! Pode parecer elementar,
mas é bom ter isso em mente.
Se a gente erra o TIMING
, erramos também o saque e conseqüentemente, o arremesso.
Explicando melhor, quando a gente inicia o movimento, existe toda uma sequência, como segue:
1
– Swing –
(balanço)
O movimento, do momeço ao fim.
2
- Push away –
(direcionar para frente) movimento de esticar o braço com a bola para
frente – início do movimento. È o primeiro movimento junto com o
primeiro passo, para quem dá quatro passos e o segundo movimento para
quem dá cinco passos.
3
– Back Swing (Pêndulo)
– (balanço para trás) movimento da bola que sobe para trás, até a
sua parada.
4
– Follow trough – (seguimento
do arremesso) – é o movimento desde o fim ou parada do pêndulo
até a saída da bola de nossas mãos até o finish ou final do
arremesso.
5
–Release – (soltura,
saque, delivery) – é a largada da bola,
saque, realização da soltura da bola, tema principal desta matéria.
Vejam
amigos, que tudo é uma sequência para um bom saque.
Cada pessoa saca de um jeito, o que acarreta em um giro diferente. Sacamos a
bola para que ela gire. A bola é projetada e construída para girar.
Seu núcleo, possui várias formas, abaixo temos duas, o da esquerda é
geometricamente assimétrico e o outro menos assimétrico. O núcleo é
uma das coisas principais para a trajetória da bola fazer a curva. O núcleo
aliado com o material da superfície, coverstock definem a trajetória
da bola. Se a bola tiver uma superfície porosa, entrará mais cedo e se
tiver uma superfície mais polida, mais tarde.
Fora tudo isso ainda temos a furação, que altera muito o comportamento da
bola.
Aliado ao material existe o aspecto jogador, cada pessoa tem um saque diferente
da outra, em função de muitas variáveis.
Columbia Full Swing
Columbia Power Swing
Núcleo na cor marrom
Núcleo na cor vermelha
O
track da bola é o resultado do seu arremesso, é o resultado do seu
saque.
Tracking
ou trilha,
é a
marca gerada pela pista na bola, pode ser do óleo ou de desgaste por
atrito, mas a trilha mostra como é o giro do atleta.
A
marca preta mostra equilíbrio e potência, não é colada nos furos e nem
muito baixa. A trilha
verde mostra um atleta que gira para a frente e não vira muito ou
nada a mão e a trilha azul, mostra o atleta que já vem com a mão de lado na entrega
da bola ou release.
Comparativamente,
o azul
pode até gerar mais curva na bola e o verde
menos curva. Não podemos confundir poder ou potência com a curva, as
coisas nem sempre andam juntas.
Basicamente
existe o saque onde a bola vem por baixo da mão e só vira segundos
antes da saída da bola.
Dicas
para saques poderosos.
Antes
de mais nada, porque do girar da bola e não simplesmente jogar a bola
reta. Pode parecer óbvio, mas esta série de matérias é para se falar
claramente sobre as coisas simples e também das mais sofisticadas.
O
posicionamento dos pinos de boliche na atual formação é o chamado triângulo
perfeito, eqüilátero, veja a figura.
Parece
algo simples, mas as coisas simples são as mais fascinantes. O triângulo
e a disposição dos pinos é algo perfeito, isto faz com que o strike
seja um arremesso perfeito, onde estão envolvidos a velocidade, peso da
bola, ângulo de entrada da bola e sua trajetória. Numa bola reta tudo
isso tem que acontecer ao mesmo tempo.
Lembre-se,
o pino é bem pesado e ele exerce alteração de trajetória na sua
bola, física, ação e reação.
A
bola reta é muito precisa, ela derruba diretamente o pino 1, ainda pega
o pino 5 o pino 8, 3 e 2. O pino 3 pega o 6 e 10 e o 2 pega o 4 e 7,
tudo muito preciso. Se o ângulo de entrada for mais para o 1, o pino 6
passa na frente do 10 e ele fica em pé, se o ângulo for mais para o 3,
é o 4 que passa na frente do 7. Além dessas variáveis, existem outras
que fica o 5, fica o 8 e o 9.
A
bola em curva ou hook, permite maior margem de erro, ou seja, já não
é necessário que a bola seja tão perfeita para que o strike aconteça.
O ângulo de entrada da bola, permite que o pino 5 seja derrubado com
maior facilidade, pois devemos lembrar que o pino desvia a trajetória
da bola, mesmo com bolas de 15 ou até 16 lbs. Além disso, a rotação da bola faz o que costuma-se chamar de
“trabalho de pinos” os pinos que derrubam os outros, ficam mais
produtivos e também interagem mais nas tabelas. Muitas vezes o pino 1
bate na tabela e vem buscando algum pino em pé, conhecido como
mensageiro.
Sequência
do Strike
Posição 1
Posição
2
Posição
3
Posição
4
Posição
5 – pinos no chão
Os
desenhos tentam mostrar que um Strike não é algo simples, o
“trabalho” de pinos é complexo e trata-se de pura física, de como
a bola entra, atinge os primeiros pinos, e inicia-se a sequência de
pinos batendo uns nos outros, na tabela, etc.
Muitas
vezes achamos que abola é muito boa e fica um pino dez, tudo tem
explicação os pinos não mentem.
Posição
de saída:
o
saque é muito minucioso, desde como a gente veste a bola na mão e a
segura na posição de saída (empunhadura), já faz muita diferença no
saque.
Podemos
notar que muitos jogadores da PBA USA, adotam vários tipos de
empunhadura da bola, basicamente existe um para a bola normal e outra
completamente diferente para pinos isolados, os quais a grande maioria
usa trajetórias mais retas. Pode-se quebrar o pulso para baixo ou
empunhar a bola de lado, para que a trajetória seja mais reta.
O
saque pode ser feito com três tipos básicos de giro:
Saque
para a frente: o
jogador não vira a mão no momento do saque, apenas vem com a bola por
baixo e saca para frente.
Saque
450: o
jogador vira cerca de 450 a mão no instante do saque.
Saque
900: o
jogador vira cerca de 900 a
mão no instante do saque.
Outros
saques, onde o jogador já vem com a mão de lado, criam um track menor,
o mostrado na cor azul no desenho acima. Existem muitas variações
sobre saque, não podemos dizer que algum deles são errados e sim que
os que falamos são mais certos e promovem mais poder no impacto da bola
com os pinos.
Usando o Relógio
como referência na primeira posição o delivery deve ser feito
direcionando o dedo médio para 5 horas, devemos lembrar que a mão veio
reta e somente vai virar segundos antes do delivery.
Assim que o movimento continuar para frente, o dedo
médio deverá estar em 4 horas.
Comece a soltar a bola, mantenha sua mão reta e na
direção de 3 horas com o dedo médio, mantendo sempre o braço reto, o
braço sempre deve ficar reto.
Comum esse erro de “cobrir” a bola, quando o
polegar sai e os dedos continuam girando a mesma. Rodar
não é o mesmo que “girar”. Isso produz um track na chamada
Careca.
Outro erro é colocar muita pressão nos dedos e
levantá-los com força, mudando o giro e ocasionando o barulho da bola
passando pelo furo do polegar...Plup!Plup! e, desastre...
O saque correto, a bola está apoiada na mão e não
pendurada nos dedos, claro que este é o saque mais difícil, quase
todos nós sacamos a bola nos dedos, quando isso é mais destacado é
que acontece o Plup.
Na PBA apenas o Ryan Shafer que dá o tal Plup com
os dedos, mas ele não é referência, tem um jogo muito muscular e pêndulo
quase zero.
Sequência
do approach
Stance – posição inicial, mão
embaixo da bola.
A mão está
embaixo da bola.O pulso levemente voltado para dentro e “cocked”
(dobrado), com o polegar apontando para frente.
Nota: Muitos instrutores acreditam que
o melhor posicionamento da mão esquerda (na foto) deve ser somente para
ajustar a posição da bola, sem sustentar qualquer peso.
Durante o push away, mantenha o pulso na
mesma posição conchada e levemente voltado para dentro. Quando a bola
estiver na posição vertical seu pulso continua “cocked” e o
polegar apontando para o chão. Você pode usar o indicador para ajudar
a manter o pulso “cocked” sem precisar colocar muita pressão nos
dedos para suportar o
momento do back swing. NÃO movimente o pulso!
Posição 2 – início do back
swing
Na foto acima repare que a bola está na mesma linha
da cabeça (aplicado na Escola Americana de Bowling). Os dedos dentro da
bola mostram que o pulso está cocked e está cupped (dobrado e em forma
de concha), Pressionando, para poder suportar o peso da bola...
Não importa o quanto você
levanta a bola no back swing, o que muitos acreditam, é que
deve-se manter a bola
cocking e cupping quando do
“realese”. Outros, somente o fazem na hora de “entregar” a bola
gerando mais spin de acordo
com a velocidade, contração da mão em concha e voltada para
dentro. (cupping and cocking). Parece complicado, mas continue
lendo para entender melhor. Isto
é para explicar que os grandes jogadores conseguem manter a bola nessa
posição até o ultimo momento quando da entrega ou “delivery”
da bola na pista e sempre com suavidade.
![http://www.bowling-info.com/../Release2.jpg](../images/melhor19.jpg)
Posição
3 – início do follow trough
A
bola está descendo e o jogador se prepara para o delivery, e entrega da
bola.
Na foto, quando o bowler
começa a escorregar para
soltar a bola, nota-se que continua com a mão conchada e voltada
para dentro (cocked & cupped).
A mão “conchada” garante que o pulso não
“quebre” e prejudique o saque.
Polegar para frente e o indicador apontando para o
chão. Bola na mesma linha da cabeça e bem junto da perna esquerda.
“F” e “G”.
![http://www.bowling-info.com/../Release5.jpg](../images/melhor22.jpg)
Foto
F
Foto G
Foto
H
Para um
jogador com pulso pobre, ao se aproximar da perna esquerda e antes de
chegar na linha de falta, o
mesmo deve “empurrar” a bola para frente
soltando o polegar antes (Foto G ),
para evitar que a
bola saia rodando na careca,(foto J), quando deveria sair girando no
axis rotation(Foto I).
Foto
I
Foto J
Na
foto J note que o pulso está meio quebrado e o eixo de rotação está
quase horizontal, a bola vai girar na careca.
Na
foto I, a mão está vindo por trás, da forma correta e o eixo está no
na diagonal.
Quando a bola estiver na altura da ponta
do pé esquerdo, deverá estar naturalmente
nas pontas dos dedos. Se continuar com a mão conchada e voltada
para dentro neste momento, ocasionará uma “over reaction” e a bola
fugirá do axis rotation fazendo um arco sem energia e com imprevisíveis
resultados. Note que o polegar apontado para a lateral na figura “J”
mostra a mão “passando“ por cima da bola (repare a linha vermelha a
chamada bola morta.). Na figura “I”, está a posição correta e com
resultado de “axis rotation“ correto. O polegar está apontando para
baixo. A mão ainda está levemente conchada, o que ocasionará uma
excelente axis (linha vermelha inclinada) rotation.
Cobrir a bola.
ALTURA DO ARREMESSO
A entrega da bola deve ser suave, os
grandes jogadores conseguem manter a bola nessa posição até o ultimo
momento quando da entrega ou “delivery”
da bola na pista e sempre com suavidade. IMAGINE–SE JOGANDO UMA
BOLA NUMA SUPERFÍCIE DE ÁGUA E FAZENDO A ENTREGA SEM NENHUM
“SPLASH” QUANDO TOCAR A PISTA. Instrutores
ensinam a soltar a bola somente quando estiver a menos de 4 polegadas
do chão
(10 cm) e, claro, bem próximo do pé de apoio, para daí então,
fazer a entrega
e determinando as revoluções ou giro. Muitos tentam ganhar mais
“revolutions” na bola tentando levantar a mesma com os dedos, o que
causa inconsistência, chegando ao pocket com impacto pobre e sem
energia. Além disso, a variação de altura dificulta a repetição,
que é um dos pontos fundamentais do boliche. Essa altura no delivery da
bola se chama Loft, alguns profissionais da PBA, utilizam o loft como
recurso, para fazer a bola entrar menos, exemplo disso são Michael
Fagan e Robert Smith, mas isso não é fácil de fazer, o próprio Mika
Koivuniemi nesta temporada de 2009 diminuiu significativamente seu loft
que era grande, seu arremesso muito forte, as vezes batia muito fraco
nos pinos, por uma diferença de menos de uma tábua, mesmo para ele era
difícil manter o loft.
Assistir jogos da PBA é muito educativo
para ver tudo o que foi tratado nesta matéria, existem jogadores que são
tidos como referência em aproach, como Cris Barnes, Parker Bohn III e
outros por sua simplicidade e eficiência, Norm Duke e Walter Ray
Willias Jr.
Esta matéria contou com a preciosa
colaboração do professor de Golf, formado pela PGA, Celso Palma.
Até a próxima!
Wagner Cerchiai
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