Brasília, 26 de julho de 1999
Ao Senhor
Marco Aurélio Areas
Presidente da Confederação Brasileira de Boliche CBBOL
Senhor Presidente,
Venho pela presente deixar registrada a
minha indignação e revolta com um fato ocorrido por ocasião do Campeonato Brasileiro
Individual de Boliche de 1999, realizado em Santo André-SP entre os dias 22 e 25 do
corrente, que passo a relatar a seguir:
Após 24 partidas jogadas classifiquei-me
em primeiro lugar, habilitando-me a jogar a decisão do referido campeonato. Estava
finalizando o último frame da primeira partida das finais, já sem chances de ganhar da
minha oponente e concentrada para iniciar o segundo arremesso quando, numa atitude
inconveniente o "atleta" Juliano Oliveira, do Vasco da Gama, da Federação de
Boliche do Rio de Janeiro e da Seleção Brasileira de Boliche, convocado para representar
o país nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg no Canadá, manifestou-se de maneira
anti-desportiva, em alto e bom tom, de forma debochada, sendo ouvido por todos os
presentes, inclusive por mim, causando perplexidade na maioria das pessoas. Com palavras
insinuando menosprezo em relação à minha condição de desvantagem numérica na
partida, prejudicando-me decisivamente até o final da disputa.
Sinto-me no direito de protestar,
principalmente pelo fato de que sou uma jogadora com bastante tempo no esporte (treze
anos), sempre respeitadora das normas contidas nos regulamentos dos muitos torneios
nacionais e regionais disputados, tendo integrado a seleção brasileira por diversas
vezes sendo, inclusive, a única mulher do Brasil a conseguir a partida perfeita (300),
sendo dessa forma também merecedora de respeito por parte de quem quer que seja.
Muito me entristece o fato de que este
episódio possa ter servido de péssimo exemplo para futuros jogadores de boliche que
estavam presentes no local, ainda mais partindo de um "atleta" tão bem
conceituado tecnicamente neste "esporte".
Apesar de incidentes como este, que
considero esporádicos, sou uma pessoa otimista e acredito que o boliche irá crescer em
nosso país, desde que seja bem representado e respeitado por dirigentes, proprietários
de centros de boliche, clubes e por todos os que o praticam no Brasil.
Atenciosamente.
Sarah Raquel Guterman