NOTÍCIAS

29/01/03 - XXIII TAÇA SÃO PAULO

(por Bira Teodoro)

Lições de uma meia-Taça sem brilho.

Terminou neste domingo passado, 26 de janeiro, a 23ª Taça São Paulo, com apenas 118 atletas, pois os paranaenses Flávio Carvalho e Reynaldo Marsolik não puderam vir. Foi o menor número de participantes dos últimos anos, 38% menor que os inscritos do ano passado (190 inscrições), menos que a metade da Taça SP 2001 (250 inscritos) e apenas 41% da encalorada Taça SP de 1998 (recorde de 288 inscritos). Clique aqui e veja os resultados completos.

Apesar do esforço da diretoria técnica, o condicionamento das pistas não permitiu que nenhum participante terminasse com média geral igual ou superior a 200 pontos. Apenas quatro atletas conseguiram superar os 190 de média (Chico Chaves - 195,33, Duda Premoli - 193,54, Toshimitsu Teruya - 191,83 e Eliezer Câmara - 191,17).

"A grama do vizinho é mais verde ...
ou a pista do concorrente é mais favorável" 

Alguns reclamaram do piso do approach, que estava pouco liso, talvez em razão de ter sido limpo com álcool. Na última rodada a máquina de Gel teve que ser substituída devido a uma pane. Em substituição foi usada a do próprio Planet Bowling. A mudança acabou por favorecer a Dupla campeã, Duda Premoli e Celso Azevedo, que fez 2508 no último dia (418,00 de média), quando antes haviam feito 2105, 2114 e 2339 nas rodadas anteriores.

"A teoria, na prática, é outra ..."

Porém os próprios diretores técnicos não conseguiram superar as dificuldades encontradas, pois tanto Geraldo Couto (183,58 - 19.ª média no Geral e 5.ª na Divisão Senior Masculina) quanto Marilza Yasuoka (169,71 - 57ª no Geral e 4ª na Divisão Feminina) ficaram abaixo de suas médias habituais.

"O tiro saiu pela culatra"

O protesto dos clubes paulista, conforme AGE de 02/11/02, foi um desastre, pois quem mais perdeu com a não homologação foi a própria Taça São Paulo, com um número muito pequeno de inscritos.

Se havia alguma intenção de minar as finanças da CBBOL, não pagando a taxa de homologação, o plano falhou porque o valor arrecadado pela FPBOL na Taça SP 2003 deve ser próximo ao do ano passado, mesmo "economizando" a taxa confederativa.

A CBBOL, por sua vez, não é inocente nesta disputa tão prejudicial ao nosso esporte, pois bem que poderia ter dado à Taça São Paulo o mesmo status do Campeonato Brasileiro de Duplas, realizado às pressas num boliche que, provavelmente, não consiga se manter até o final deste ano, ou seja, poderia validar a Taça SP como eliminatórias para os Jogos Pan-Americanos, Mundial da FIQ e Torneio das Américas, ao invés de servir tão somente como "observatório" para a seleção.

Faltou brilho, divulgação e, como disse o Marco Ahuaji, glamour.

Novamente a divulgação do evento e do esporte Boliche ficou na promessa. Nos primeiros quatro dos seis dias de competição não havia sequer uma bandeira da cidade, faixa, cartaz ou banner anunciando o que já foi um dos maiores eventos brasileiros de boliche.

Novamente pôde-se verificar que o pequeno público presente não recebia qualquer informação sobre o evento, a federação ou clubes.

Novamente o péssimo hábito do tabagismo correu solto.

"... fundada para dirigir, promover e aperfeiçoar o boliche ..."

Perdeu-se, outra vez, num grande evento, uma ótima oportunidade para promover e aperfeiçoar o boliche.

E o planejamento anual? E as metas?

O Sebrae (Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa) divulgou uma matéria interessante sobre planejamento empresarial que, no caso, pode ser aplicado às federações e clubes. Trata-se da adoção dos 5 componentes indispensáveis para se atingir metas estipuladas. Como parte do planejamento a META deve ser:

1) Específica: o que se quer?
   
Inscrições de atletas, para aumentar a arrecadação?
    Ampliar o campo de atuação da entidade?.

2) Mensurável: o quanto se quer?
   
Atingir um número determinado de atletas federados até o final do ano, por exemplo.

3) Atingível: o que será feito para se alcançar a meta?
    Ações de marketing,
    mudanças estruturais,
    promover os eventos regionais,
    divulgação na mídia,etc.

4) Relevante: o por que? Qual a motivação para se alcançar a meta?
    Satisfação pessoal? Vaidade? Altruísmo? 

5) Tempo: em quanto tempo se pretende atingir a meta determinada?
   
6 meses? 1 ano? 2 anos?

Para se conseguir atingir a meta, as fases do planejamento, que estão interligadas, devem ser bem elaboradas. Metas irreais, que dificilmente serão atingidas em um curto espaço de tempo, não funcionam.

As metas devem ser compartilhadas com os atletas, que certamente serão beneficiados caso sejam atingidas. Isso motiva a todos. Decisões de gabinetes (ou salas, ou cubículos) que não são amplamente divulgadas e discutidas duram pouco e tem repercussão limitada.

Quando o planejamento estiver no papel, completo, detalhado e assinado pelos nossos dirigentes, locais, estaduais ou nacionais, poderemos, então, ter esperanças que o boliche brasileiro finalmente terá uma direção competente, uma promoção eficiente e um aperfeiçoamento merecido, cumprindo-se, então, os objetivos estatutários básicos de nossa Federação.

Nem tudo são espinhos ...

O grande destaque da Taça SP 2003 foi o tão esperado retorno do campeão Juliano Oliveira, afastado das pistas desde setembro de 2001, após um grave acidente que lesionou sua mão direita.

Ainda em recuperação, jogando cautelosamente, Juliano mostrou que sua técnica e garra estão apenas dando um breve tempo e, logo logo, estará competindo novamente com todo o seu potencial.

Para o registro da feliz volta às pistas, as partidas do Juliano foram: 163,166,190,167,212,173 (1071), 181, 153, 223, 215, 169, 151(1092),
163, 150, 199, 198, 180, 150 (1040), 188, 184, 223, 226, 166 e 156 (1143)
Total = 4346 pontos, média geral de 181,08.

[ ÍNDICE DE NOTÍCIAS ]

[TOPO]