(por Bira Teodoro)
Lições de uma meia-Taça sem
brilho.
Terminou neste domingo passado, 26 de janeiro, a 23ª Taça São Paulo,
com apenas 118 atletas, pois os paranaenses Flávio Carvalho e Reynaldo
Marsolik não puderam vir. Foi o menor número de participantes dos
últimos anos, 38% menor que os inscritos do ano
passado (190 inscrições), menos que a metade da Taça SP 2001 (250
inscritos) e apenas 41% da encalorada Taça SP de 1998
(recorde de 288 inscritos). Clique aqui e
veja os resultados completos.
Apesar do esforço da diretoria técnica, o condicionamento das pistas não
permitiu que nenhum participante terminasse com média geral igual ou
superior a 200 pontos. Apenas quatro atletas conseguiram superar os 190 de
média (Chico Chaves - 195,33, Duda Premoli - 193,54, Toshimitsu Teruya -
191,83 e Eliezer Câmara - 191,17).
"A grama do vizinho é mais
verde ...
ou a pista do concorrente é mais favorável"
Alguns reclamaram do piso do approach, que estava pouco liso,
talvez em razão de ter sido limpo com álcool. Na
última rodada a máquina de Gel teve que ser substituída devido a uma
pane. Em substituição foi usada a do próprio Planet Bowling. A mudança
acabou por favorecer a Dupla campeã, Duda Premoli e Celso Azevedo, que
fez 2508 no último dia (418,00 de média), quando antes haviam feito
2105, 2114 e 2339 nas rodadas anteriores.
"A teoria, na prática, é
outra ..."
Porém os próprios diretores técnicos não conseguiram superar as
dificuldades encontradas, pois tanto Geraldo Couto (183,58 - 19.ª média
no Geral e 5.ª na Divisão Senior Masculina) quanto Marilza Yasuoka
(169,71 - 57ª no Geral e 4ª na Divisão Feminina) ficaram abaixo de suas
médias habituais.
"O tiro saiu pela culatra"
O protesto dos clubes paulista, conforme AGE
de 02/11/02, foi um desastre, pois quem mais perdeu com a não
homologação foi a própria Taça São Paulo, com um número muito
pequeno de inscritos.
Se havia alguma intenção de minar as finanças da CBBOL, não pagando a
taxa de homologação, o plano falhou porque o valor arrecadado pela FPBOL
na Taça SP 2003 deve ser
próximo ao do ano passado, mesmo "economizando" a taxa
confederativa.
A CBBOL, por sua vez, não é inocente nesta disputa tão prejudicial ao
nosso esporte, pois bem que poderia ter dado à Taça São Paulo o mesmo status
do Campeonato Brasileiro de Duplas, realizado às pressas num boliche que,
provavelmente, não consiga se manter até o final deste ano, ou seja,
poderia validar a Taça SP como eliminatórias para os Jogos
Pan-Americanos, Mundial da FIQ e Torneio das Américas, ao invés de
servir tão somente como "observatório" para a seleção.
Faltou brilho, divulgação e,
como disse o Marco Ahuaji, glamour.
Novamente a divulgação do evento e do esporte Boliche ficou na promessa.
Nos primeiros quatro dos seis
dias de competição não havia sequer uma bandeira da cidade, faixa, cartaz ou banner
anunciando o que já foi um dos maiores eventos brasileiros de boliche.
Novamente pôde-se verificar que o pequeno público presente não recebia
qualquer informação sobre o evento, a federação ou clubes.
Novamente o
péssimo hábito do tabagismo correu solto.
"... fundada para dirigir,
promover e aperfeiçoar o boliche ..."
Perdeu-se, outra vez, num grande evento, uma ótima oportunidade para promover e aperfeiçoar o boliche.
E o planejamento anual? E as metas?
O Sebrae (Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa)
divulgou uma matéria interessante sobre planejamento empresarial que, no
caso, pode ser aplicado às federações e clubes. Trata-se da adoção
dos 5 componentes indispensáveis para se atingir metas estipuladas. Como
parte do planejamento a META deve ser:
1) Específica: o que se quer?
Inscrições de atletas, para aumentar a
arrecadação?
Ampliar o campo de atuação da entidade?.
2) Mensurável: o quanto se quer?
Atingir um número determinado de atletas
federados até o final do ano, por exemplo.
3) Atingível: o que será feito para se alcançar a meta?
Ações de marketing,
mudanças estruturais,
promover os eventos regionais,
divulgação na mídia,etc.
4) Relevante: o por que? Qual a motivação para se alcançar a
meta?
Satisfação pessoal? Vaidade?
Altruísmo?
5) Tempo: em quanto tempo se pretende atingir a meta determinada?
6 meses? 1 ano? 2 anos?
Para se conseguir atingir a meta, as fases do planejamento, que estão
interligadas, devem ser bem elaboradas. Metas irreais, que dificilmente
serão atingidas em um curto espaço de tempo, não funcionam.
As metas devem ser compartilhadas com os atletas, que certamente serão
beneficiados caso sejam atingidas. Isso motiva a todos. Decisões
de gabinetes (ou salas, ou cubículos) que não são amplamente divulgadas
e discutidas duram pouco e tem repercussão limitada.
Quando o planejamento estiver no papel, completo, detalhado e
assinado pelos nossos dirigentes, locais, estaduais ou nacionais,
poderemos, então, ter esperanças que o boliche brasileiro finalmente
terá uma direção competente, uma promoção eficiente e um
aperfeiçoamento merecido, cumprindo-se, então, os objetivos
estatutários básicos de nossa Federação.
Nem tudo são espinhos ...
O
grande destaque da Taça SP 2003 foi o tão esperado retorno do
campeão Juliano Oliveira, afastado das pistas desde setembro
de 2001, após um grave acidente que lesionou sua mão direita.
Ainda em recuperação, jogando cautelosamente, Juliano mostrou que sua
técnica e garra estão apenas dando um breve tempo e, logo logo, estará
competindo novamente com todo o seu potencial.
Para o registro da feliz volta às pistas, as partidas do Juliano foram: 163,166,190,167,212,173 (1071),
181, 153, 223, 215, 169, 151(1092),
163, 150, 199, 198, 180, 150 (1040), 188, 184, 223, 226, 166 e 156 (1143)
Total = 4346 pontos, média geral de 181,08.