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em 22/06/2001
A Lei Piva será a alforria do esporte olímpico. A afirmação é do
presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, que
assim definiu a aprovação nesta sexta-feira pelo plenário do Senado o
substitutivo da Câmara ao projeto-de-lei apresentado pelo senador Pedro
Piva (PSDB-SP), que destinará 2% da arrecadação bruta das loterias
federais do país ao Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e Comitê Paraolímpico
Brasileiro (15%).
Cálculos da Caixa Econômica Federal estimam que estes
recursos deverão render cerca de R$ 40 milhões por ano.
Entusiasmado com o que considera uma vitória política do COB, Nuzman
agradeceu ao Senado e à Câmara dos Deputados pela aprovação do
projeto, especialmente ao senador Pedro Piva e aos deputados Agnelo
Queiroz (PC do B-DF) e Gilmar Machado (PT-MG), que participaram da elaboração
do substitutivo aprovado na Câmara.
"O esporte conseguiu dar a este
projeto um caráter multipartidário, no qual está implícita a importância
que este segmento tem para a sociedade, desde o ponto de vista social,
como instrumento de luta contra a marginalidade e as drogas, até a formação
de novos ídolos para o país. Acredito que o engajamento do Ministro do
Esporte e Turismo, Carlos Melles, e do Secretário Nacional de Esporte,
Lars Grael, nas causas do setor tem contribuído muito para alcançarmos
uma nova realidade para o esporte", afirmou.
O presidente do COB aguarda a sanção do presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso, para dar início ao projeto de aplicação dos
recursos que a entidade passará a receber, com a devida prestação de
contas, mas adiantou algumas ações: investir na formação e descoberta
de novos talentos, trabalhar o esporte de alto rendimento e estruturar o
COB e as Confederações.
"Precisamos oferecer condições de gestão
às entidades, pois muitas delas nem sede têm, mas temos vários projetos
que precisam ser detalhados. O importante é que pela primeira vez o COB e
o CPB passarão a receber recursos permanentes e contínuos para
viabilizar suas ações", ressaltou.
Até hoje o COB tem se mantido com a verba do percentual de um teste da
Loteria Esportiva nos dois primeiros anos após os Jogos Olímpicos e dois
testes nos anos de Jogos Pan-Americanos e Olímpicos. No ano passado os
recursos da Loteria Esportiva renderam ao COB R$ 339 mil. Desde 95 o COB
tem conseguido recursos junto ao Ministério do Esporte e Turismo para o
envio da delegação brasileira aos Jogos Pan-Americanos e Jogos Olímpicos,
a partir da apresentação de projetos.
Em 1999, por ocasião dos Jogos
Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, o COB recebeu do extinto Indesp a
importância de R$ 1,6 milhão. Em 2000, ano olímpico, o MET destinou R$
10,5 milhões ao COB, porém R$ 4 milhões não puderam ser utilizados
devido ao atraso na liberação do Orçamento da União.
Outra fonte de recursos do COB são os patrocínios. Para os Jogos Olímpicos
de Sydney o COB conseguiu arrecadar cerca de R$ 6,5 milhões junto às
empresas.
Porém, com exceção da Olympikus, que envolve o fornecimento
do material esportivo da delegação brasileira até 2004, os contratos
vencidos em 31 de dezembro passado não foram renovados