(por Daniel Gomes)

Reflexão sobre o Boliche Brasileiro

Sei que todos nós praticantes do boliche não gostamos e nem nos sentimos confortáveis quando o esporte pelo qual somos apaixonados é criticado, como foi na revista Época mas, pelo pouco que conheço do boliche brasileiro parei para refletir sobre nossa posição enquanto atletas.

Percebo que os atletas se escondem da sociedade. Isso se torna claro quando vemos a maneira com são feitos os treinamentos dos atletas, a maioria treina em pistas reservadas e de preferência longe do público, não entra nesse caso a discussão de que seja necessário concentração pois os bate papos entre os atletas rola de maneira descontraída e franca, salvo exceções. Como podemos ter a pretensão de que o esporte seja difundido se os próprios participantes se "escondem"?

Percebo pela divulgação dos eventos relacionados ao boliche. Nunca vi ao menos uma propaganda quer seja em revista, jornal ou TV.

Acredito que como quase tudo nessa vida dependemos de política e percebo que nossos dirigentes não tem o interesse de fazer o tipo de política feita pelo atletismo, pelo remo, iatismo, etc. Concordo que temos em nossas mãos um esporte elitista e com alto custo financeiro para os praticantes, mas quando será que teremos algum representante realmente interessado em levar o esporte pra frente?! E, por falar a bem da verdade, não temos dirigentes, temos atletas/dirigentes, que preenchem súmulas e jogam ao mesmo tempo, que inscrevem e se inscrevem em competições.

Vejo também que a proliferação do esporte tem se mostrado estritamente familiar, facilmente constatado pelo número de famílias que praticam o boliche, e dependente de curiosos que como eu, procuram uma atividade recreativa e em pouco tempo se vêem apaixonados pelo esporte.

Quando li a reportagem veiculada na revista Época, fiquei sim indignado, mas por outro lado fiquei envergonhado por saber que várias pessoas "esclarecidas" e com um grau de cultura elevado, também não consideram o boliche como esporte e tampouco sabem que o boliche participa de competições do porte das que participa.

É nesse ponto que pergunto, onde nós bolicheiros estamos errando?!

Gostaria que esse artigo não fosse encarado como crítica a ninguém, mas sim como algo a ser refletido e discutido.

Daniel Gomes
dagomes@parmalat.com.br

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