O BOLICHE EM BRASÍLIA - II
Buscando o fortalecimento dos clubes da FBDF
Gostaria que fosse publicada uma
manifestação da diretoria da FBDF em resposta a uma indagação de
atleta de Brasília. Creio que a discussão será útil para todos.
Lineu De Paula
Presidente da FBDF.
I - A Indagação
CARTA ABERTA AOS BOLICHEIROS DE BRASÍLIA
AMIGOS,
Jogo campeonatos de dupla a aproximadamente uns cinco anos,
sempre com o Sérgio Martinelli (aqui e no exterior) e nunca foi necessário
que participássemos de um mesmo clube; a não ser em campeonatos de clube,
o
que é óbvio.
No próximo campeonato de duplas, que começará em abril/2002, a FBDF resolveu que os jogadores têm de pertencer a um mesmo clube.
Eu não concordo.
Perguntei ao presidente o por que dessa regra, e ele me informou que
era para fortalecer os clubes. Perguntei-lhe, então, como fazer para
continuar jogando com o Sérgio (ele atualmente joga pelo "Girobol"
e eu pelo
"Provisório"), e recebi como resposta: "um de vocês deve
trocar de clube".
OK, mas se todos que quiserem jogar com seus antigos parceiros tiverem que trocar de clube, não vejo como possa vir a fortalecer clube
nenhum e sim prejudicá-los, e aos atletas também.
Enfim, é uma pena que atletas deixem de jogar um campeonato em
virtude de atitudes tão desmotivadoras.
Espero através desta, sensibilizar nosso presidente na mudança do
regulamento do campeonato.
Desculpe tomar o tempo de vocês com um problema pessoal.
Grato
Jack Sampaio
Em tempo: Gostaria de manifestar o meu apoio ao companheiro e amigo Jack.
Sérgio Martinelli.
II - A Resposta
Como todos sabem, a FBDF é formada por clubes. Não é uma democracia
direta, como a da antiga Atenas de Sócrates e Platão, onde, em praça pública,
os cidadãos escolhiam seus dirigentes, aprovavam leis e faziam justiça.
São os clubes que elegem a diretoria e aprovam suas contas. São os
clubes que detém os atletas e deveriam ser responsáveis por eles.
Isso acontece em qualquer esporte, em qualquer lugar do mundo. Os clubes são
o canal de comunicação entre as federações e os atletas. Dá para
imaginar o Presidente da CBF avisando o Kaká que ele vai jogar domingo de
tarde no Morumbi ? Não dá mesmo !
Mas o boliche de Brasília sempre foi diferente. Os clubes não tem
nenhuma função; aparecem e somem como água evaporando sem deixar
saudades e sem explicar para que vieram. Não reúnem os atletas, não
fazem campeonatos internos, não exigem comportamentos de seus atletas, não
cobram taxas e, por isso, não podem financiar treinamentos, viagens, troféus,
etc.. Em resumo os clubes de boliche de Brasília são mera ficção.
É isso que quero começar a mudar. E se só conseguir isso já me darei
por satisfeito.
As regras vão começar a ser mudadas visando a fortalecer os clubes que
temos e os que criaremos. Essa é a única solução para tentarmos tirar
o boliche do DF do marasmo que se encontra.
O boliche de Brasília não está morrendo como alardeiam
alguns pela Internet.
A Federação tem lutado para melhorar as condições de jogo e, creio que
todos estão percebendo que as coisas vão melhorando a cada dia. Nossa
parceria com o Park Bowling nesta nova etapa está rendendo bons frutos e
isso vai se refletir na volta de muitos atletas que estavam afastados.
Os jogadores do campeonato de duplas terão que ser do mesmo clube porque
queremos que os clubes tomem consciência de seu papel como catalisadores.
Os jogadores de duplas terão que jogar com a camiseta dos clubes porque
queremos que a competição ressurja.
A mesma regra se aplicará para tercetos ou qualquer outro campeonato que
decidamos implementar. Para evitar que se troque de clube como se troca de
roupa, vamos estabelecer regras precisas e cobranças de taxas a partir de
agora.
Não há como contentar a todos. Por isso mesmo, creio ser esta a hora
para um remanejamento geral dos atletas. Que cada um busque o clube onde
tenha mais empatia, se sinta melhor e esteja disposto a realmente vestir a
camisa.
Não considero a atitude desmotivadora nem creio que alguém seja capaz de
deixar de jogar o campeonato por causa disso. Espero que minhas explicações
tenham demonstrado que a nova regra é salutar, motivadora e justificada.
Atentamente,
Lineu De Paula
Presidente em exercício da FBDF