Erva-de-passarinho


Erva-de-passarinho, segundo os agrônomos, é uma planta superior, daninha, parasita, que ataca geralmente as plantas tropicais, lenhosas e as árvores, sugando sua seiva e podendo causar até a morte da planta se não for retirada. A parasita recebeu esse nome porque se espalha com a ajuda dos passarinhos: eles ingerem as sementes que são eliminadas mais tarde, junto com as fezes. Plantas como azaléias, primaveras  e jacarandá, entre outras, são as preferidas por essa praga. Não existe nenhum remédio para acabar com ela, a não ser arrancá-la uma a uma dos galhos e jogá-las fora.


Não sou apenas um defensor de condicionamentos "fáceis", bloqueados ou coisa parecida. Sou favorável a uma ampla reformulação, construção e execução de um verdadeiro PLANO NACIONAL para o boliche brasileiro, com metas, prazos e acompanhamento transparente.

Temos que nos adequar à nossa realidade. I
rreal é comparar o boliche norte-americano que, mesmo decadente, é "centenário" e conta com cerca de TRÊS MILHÕES de filiados, com o nosso "decenário" boliche que gravita em torno de QUINZE bons jogadores (para ser generoso) acompanhados por não mais que 120 ou 150 abnegados pangarés.

Se entrevistarmos QUALQUER brasileiro que tenha ganho alguma medalha internacional verá que NENHUM deles teve apoio efetivo de qualquer instituição de boliche (clube, federação ou CBBOL). Isso de pagar passagens e arranjar uns trocados não é apoio, é ajuda de custo. Não é isso que faz CAMPEÕES.

TUDO o que o boliche brasileiro conquistou internacionalmente deve-se EXCLUSIVAMENTE à dedicação PESSOAL de cada um, investimento PARTICULAR, treinamento precário e muita força de vontade. Os clubes, federações e CBBOL só pegam carona.

Qualquer plano com mais que três tipos diferentes de passagens de óleo é bobagem, considerando o estágio primitivo no qual estamos nos últimos anos (sem estrutura, instituições desorganizadas e até irregulares, sem planejamento, excesso de improviso, incompetência, etc.).

De que adianta óleo a 41 ou a 33 pés se isso não é aferido TECNICAMENTE por gente especializada? De que adianta óleo PBA, FIQ ou WTBA em pistas que não tem pinos novos, conservação adequada, ar-condicionado, óleo e equipamentos funcionando?

Como desenvolver e popularizar um ESPORTE que causa sofrimento desnecessário em razão do ilusório condicionamento "oficial" e "real" das médias de 170?

Qual o ESPORTISTA que irá PAGAR para participar de campeonatos oficiais abastecidos por whisky, cigarros, pizzas, doces, salgados e até baralho DURANTE as competições?

Qual o iniciante que se entusiasma com um esporte sem estrutura eficiente, improvisado e pobre?

Qual o "selecionável" que confia plenamente nos critérios de convocação?

É como querer regular um Chevette com os mesmos padrões usados por aquele alemão na Ferrari. Vamos cair na real!

PRIMEIRO tem que haver ações efetivas na promoção de novatos, no aumento do número de filiados e apoio aos clubes e ligas, na popularização e massificação do boliche como esporte, na melhora dos serviços e atendimento dos Centros de Boliche, condicionamentos padronizados pelas instituições oficiais, cursos e instruções profissionais permanentes.

DEPOIS dessa primeira etapa cumprida é que deve-se adotar estratégias de treinamentos ESPECÍFICOS para os atletas de ponta, que devem ser concentrados e isolados das competições populares de grande porte. As seleções devem ter acompanhamento profissional e condicionamento de pistas mais exigentes.

É contraproducente, para não dizer burrice, submeter 100 ou mais participantes de um evento (QUE PAGAM) a um sofrimento injustificável apenas para agradar o interesse de uma meia dúzia de 3 ou 4.

Ou seja, vamos primeiro entrar num consórcio de 60 meses para trocarmos nosso Chevette por um veículo mais atualizado, para depois copiar o que o Schummy faz na Ferrari dele. Vale observar que nem o Rubinho que tem a mesma Ferrari consegue os mesmos resultados.

Devemos diminuir a fogueira das vaidades, aumentar nossa autocrítica, planejar melhor e valorizar a competência.

Caso contrário continuará a proliferação da erva-de-passarinho que, além de matar a árvore da qual suga a seiva, acabará por morrer também, num ciclo de vida mais imbecil que já conheci.

Bira Teodoro

PS: Depois de tanto tempo ainda continua válida a "História da Carochinha", infelizmente.

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