En
ritmo de Salsa y Merengue
Guatemala, Julho, 2004
Apesar do que o título sugere, o
assunto não é dança e sim o “ritmo de jogo”, um dos
responsáveis
pelo baixo rendimento de nossos jogadores nas terras dos Maias.
Alguns caras-pálidas devem estar se perguntando.Como assim?
Vejamos como funciona: aqui, quem está acostumado
a jogar com 6 participantes em cada par de pistas, acaba desenvolvendo uma rotina para esse
ritmo, indo bater um papinho com o pessoal que está assistindo, ou então
dando uma fumadinha de leve ou, se é daqueles que
gostam de opinar no jogo dos outros, dá uma escapadinha para incomodar o
coitado que está a 8 pistas de distância, ou aproveita para fazer
campanha política durante a competição, e tudo isso acaba fazendo
parte dessa rotina e acabam se acostumando com ela.
Pior ainda quando jogam num ritmo desses e ainda
tem alguns (ops...muitos) caras- pálidas (que não tem a menor idéia do
que diz na regra de Boliche) que esperam duas ou mais pistas livres de
cada lado para subirem no approach, aí ... essa rotina tem vários minutos
de acréscimo em uma partida.
Bem, então vão jogar um campeonato
internacional onde o ritmo é de 2 por pista, ou 3 por par de pistas
(Mundial AMF), onde são obrigados a subir no approach, seguindo a regra (uma
pista livre para cada lado), então, com certeza, “a batata vai assar”.
Pior
ainda quando esses atletas são daqueles que fazem “regressão” no stance (posição
inicial para o arremesso) ou daqueles “metidos” que voltam se alguém
sobe ao mesmo tempo que no approach, aí ”a batata vai é ...
queimar”.
No exterior não tem nada disso não. Se o outro jogador
estiver com uma pista livre ao lado ele pode e deve subir para o
arremesso, e se alguém for pego “refugando” mais de uma vez por esse
motivo, certamente vai levar uma advertência.
Com essa mudança de velocidade para cada arremesso,
sabe o que acontece com essa rotina?... ela vai para o espaço!... Esses
jogadores
acabam saindo de jogo, começam a correr no approach, perdem o timing e nem
percebem o por que. Ficam sem tempo de pensar, iniciam mal a partida
e,
provavelmente, vão acabar mal.
Pois é, o ritmo de jogo que para alguns não tem
nenhuma importância também pode influir no desempenho de um jogador,
assim como a rotina de jogo.
Voltando para a Guatemala, durante a competição
falei várias vezes para os jogadores do Brasil: "- calma, respirem um pouco,
vocês estão entrando num ritmo que não estão acostumados". Então eles
baixaram o ritmo e ficaram mais calmos. Quando terminou a partida ... fui
advertido verbalmente ... “por jogo lento”.
Pois é, voltamos ao primeiro artigo, o trabalho tem
que ser feito em casa, a partir dos treinamentos com a equipe, temos que
preparar nossos atletas para as condições de jogo, inclusive para o
“ritmo de jogo”.
Vale registrar o comentário de um dos meninos (não lembro
exatamente quem): “Não tenho tempo nem de pensar e já tenho que jogar
de novo...”
Mantenha o “ritmo” e não tire o olho da seta
nem do break...
Benê Villa
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