(Momento
melancólico)
Acho uma puta sacanagem essa cultura imediatista.
Quando previu que todo mundo ia ter seus 15 minutos de fama, Andy
Warhol foi mais exato do que Nostradamus (nome que neguinho adora usar
em esdrúxulas criações e/ou interpretações de profecias,
atribuindo-as a ele).
O fato é que nos dias de hoje só se exaltam as celebridades instantâneas
em detrimento dos merecedores.
Como exemplo, no ano passado, a seleção brasileira de futebol foi
jogar um amistoso em comemoração dos 50 anos da primeira conquista
da Copa do Mundo. No desembarque, os “craques” foram perguntados
sobre a razão do jogo. Todos os entrevistados, repetindo - todos
os entrevistados – deixaram clara sua completa ignorância
sobre o significado do jogo: -“Eu não tinha nascido”, -“Estamos
aqui focados na partida”, -“Não sei qual era o time de 58” e
outras tragédias no gênero.
Toda essa baboseira é para manifestar minha tristeza pela partida do José
Luiz Veiga - um cidadão que deveria ter ficado aqui por muito
mais tempo.
Para a maioria (absoluta) que nunca ouviu falar de tão ilustre
figura, o Veiga é o principal responsável por uma causa que, a
muitos, pode parecer menor: o reconhecimento do boliche como esporte
no Brasil.
(Parem de rir, seus insensíveis! Quantos de vocês jogam peteca?)
E, logo-logo, vai passar em branco até pelos praticantes do, graças
a ele, esporte. De agora em diante, (e vou de all-in nessa) vão criar
uma “Taça José Luiz Veiga” e, em pouco tempo, ninguém vai saber
bem o que significa isso. (Como já vi acontecer em algumas
solenidades de entrega do “Troféu Fernando Resende”)
Joguei boliche de 1982 até 2007. Nesses 25 anos colecionei alguns
(poucos) bons amigos país afora cujos, apesar da distância e da
pouca freqüência, sempre trago comigo e que, tenho certeza, também
estão sentindo falta do Zé da Veiga.
(Pô! Além de melancólico acho que ficou piegas.)
Perdão, leitores.
(a) Tiago Cruz
Quarta-feira,
24 de Junho de 2009
do
original publicado no Blog Haja muuito saco!