Boliche
ainda resiste no ABC
Apesar do grande número de jogadores,
profissionalismo está longe do esporte no país
Thiago
Coletti/RRJ
Objetivo do jogo é derrubar o maior número de pinos em 10 tentativas;
simplicidade do jogo tem atraído pessoas
Thiago
Coletti e Thiago Ponzo
O
objetivo é simples: para ganhar pontos, basta derrubar os 10 pinos
dispostos a pouco mais de 18 metros de distância com o menor número de
arremessos possíveis. Vence quem, em 10 tentativas, marcar mais pontos.
Talvez seja essa simplicidade a responsável por tanta atração pelo
boliche.
Segundo
o jornalista Orlando Duarte, em seu livro “Todos os Esportes do
Mundo”, o boliche pode ter sido inventado no Egito há 5.200 anos. Há
estudos que consideram o esporte irmão próximo da bocha e teria sido
jogado pela primeira vez na Roma Antiga.
No
Brasil, a modalidade foi introduzida no Rio de Janeiro no início do século
passado, trazida por trabalhadores norte-americanos, e registrou o auge
de jogadores entre as décadas de 60 e 70.
Mas,
além disso, o que faz do boliche um esporte tão popular entre jovens,
adultos, homens e mulheres? Segundo José Chaves, o Dedé, gerente do
BomBoliche São Bernardo, a diversão em grupo é o principal atrativo.
“Não precisa ser jovem para jogar. Temos jogadores dos oito aos 80
anos. Basta juntar uma turma e vir jogar”, afirmou.
Apesar
do alto preço pago pelas bolas, que custam em média 150 dólares, e
pinos, que variam de 40 a 80 dólares, reunir os amigos e jogar boliche
em alguma casa do ABC não sai caro. O valor do aluguel por hora de uma
pista para até seis pessoas, no BomBoliche, varia de R$ 28,90 a R$
42,90, dependendo do horário e dia escolhidos. Já o Dragons Bowling,
em Santo André, no Shopping ABC Plaza, oferece pistas que variam de R$
13,00 a R$ 42,00.
Após
cerca de 15 anos sem boas pistas para a prática de boliche, o esporte
voltou a ser praticado em meados dos anos 90, com a inauguração de
grandes redes. “Além do boliche, hoje oferecemos mesas de bilhar,
lanchonetes, máquinas de video-games, pistas de danças, festas e
confraternizações. A diversão é certa até para quem não gosta do
esporte”, disse Dedé. A qualidade e a localização das pistas no ABC
também são atrativos para a população da região. “Nos últimos
meses, tivemos mais de 20 mil jogadores na unidade São Bernardo.
Recebemos pessoas de todo o ABC, Diadema, Mauá e até de São Paulo”,
contou Dedé.
“Às
sextas-feiras, venho com meus amigos para jogar, conversar e me
divertir”, afirmou a analista financeira Regina Alves, moradora do
bairro Barcelona, em São Caetano, freqüentadora do Dragons Bowling. O
universitário André Rocha, 19 , morador de São Bernardo, explicou que
saber jogar não é requisito para se divertir. “O legal é juntar os
amigos, dar risada dos erros, comemorar ao acertar um strike, que é
quando todos os pinos são derrubados com apenas um arremesso, e jogar
conversa fora”.
Por
ser considerado um esporte, menores de idade podem freqüentar boliches
durante a madrugada. Foi desse jeito que o estudante Rafael Moreira
aprendeu a jogar. Aos seis anos, Rafael foi levado pelo pais a uma pista
de boliche pela primeira vez e, desde então, nunca mais parou: “Jogo
há dez anos e me divirto bastante. Meus amigos e familiares sempre
perdem de mim”, vangloria-se o estudante de 16 anos. Mesmo assim,
Rafael não pensa em disputar nenhum torneio, pelo menos por enquanto,
porque se acha muito novo e classifica o boliche como “apenas um
hobby”.
Situação
diferente vive o boliche profissional. A Confederação Brasileira de
Boliche (CBBol), que já registrou mil filiados, hoje não chega aos
500.
Números
ínfimos se comparados com o golfe, por exemplo, que há quatro anos
desponta como “mania” e hoje conta com 25 mil filiados no Brasil.
Segundo
o especialista Bira Teodoro, criador do site www.boliche.com.br
(considerado
o maior portal brasileiro sobre o esporte), além do alto custo, a falta
de expressão do boliche nacional também atrapalha. “A importância
do Brasil no cenário mundial de boliche é quase nula”, afirmou.
Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, Estados com mais tradição no
esporte, ainda resistem e, anualmente, sediam campeonatos e taças. São
desses Estados que vêm as federações mais participativas e atletas de
maior potencial
Santo
André promove torneio
O
ABC Boliche Clube realiza, de 29 de outubro a 2 de novembro, a 8ª Taça
Santo André de Boliche. O campeonato, homologado pela Federação
Paulista de Boliche (FPBol), será disputado por duplas femininas e
masculinas em quatro séries de seis partidas. Os resultados de todos os
confrontos serão válidos para os rankings da federação.
A organização do torneio informou que, devido a problemas nas pistas
do Dragon Bowling de Santo André, local onde tradicionalmente é
realizada a Taça Santo André, o evento será realizado no Planet
Bowling – Praça Jacomo Zanella, 187, Lapa, São Paulo.
ONDE JOGAR
Pink Bowling
Rua dos Coqueiros, 1535 Santo André – SP
Tel.: 4991-3649 / 4421-8146
BomBoliche
Rua Garcia Lorca, 301 (Extra/Anchieta – Km 15,5)
São Bernardo – SP
Tel.: 4362-2641
Dragon
Bowling
Av. Industrial, 600 (ABC Plaza Shopping)
Santo André – SP
Tel.: 4979-5066.