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28/10/05 - BOLICHE NO ABC*

* ABC é a denominação popular de um triângulo municipal formado por três cidades paulistas vizinhas:
   Santo André, São Bernardo e São Caetano

(reprodução autorizada)

Boliche ainda resiste no ABC
Apesar do grande número de jogadores,
profissionalismo está longe do esporte no país

Thiago Coletti/RRJ

Objetivo do jogo é derrubar o maior número de pinos em 10 tentativas; simplicidade do jogo tem atraído pessoas

Thiago Coletti e Thiago Ponzo

O objetivo é simples: para ganhar pontos, basta derrubar os 10 pinos dispostos a pouco mais de 18 metros de distância com o menor número de arremessos possíveis. Vence quem, em 10 tentativas, marcar mais pontos. Talvez seja essa simplicidade a responsável por tanta atração pelo boliche.

Segundo o jornalista Orlando Duarte, em seu livro “Todos os Esportes do Mundo”, o boliche pode ter sido inventado no Egito há 5.200 anos. Há estudos que consideram o esporte irmão próximo da bocha e teria sido jogado pela primeira vez na Roma Antiga.

No Brasil, a modalidade foi introduzida no Rio de Janeiro no início do século passado, trazida por trabalhadores norte-americanos, e registrou o auge de jogadores entre as décadas de 60 e 70.

Mas, além disso, o que faz do boliche um esporte tão popular entre jovens, adultos, homens e mulheres? Segundo José Chaves, o Dedé, gerente do BomBoliche São Bernardo, a diversão em grupo é o principal atrativo. “Não precisa ser jovem para jogar. Temos jogadores dos oito aos 80 anos. Basta juntar uma turma e vir jogar”, afirmou.

Apesar do alto preço pago pelas bolas, que custam em média 150 dólares, e pinos, que variam de 40 a 80 dólares, reunir os amigos e jogar boliche em alguma casa do ABC não sai caro. O valor do aluguel por hora de uma pista para até seis pessoas, no BomBoliche, varia de R$ 28,90 a R$ 42,90, dependendo do horário e dia escolhidos. Já o Dragons Bowling, em Santo André, no Shopping ABC Plaza, oferece pistas que variam de R$ 13,00 a R$ 42,00.

Após cerca de 15 anos sem boas pistas para a prática de boliche, o esporte voltou a ser praticado em meados dos anos 90, com a inauguração de grandes redes. “Além do boliche, hoje oferecemos mesas de bilhar, lanchonetes, máquinas de video-games, pistas de danças, festas e confraternizações. A diversão é certa até para quem não gosta do esporte”, disse Dedé. A qualidade e a localização das pistas no ABC também são atrativos para a população da região. “Nos últimos meses, tivemos mais de 20 mil jogadores na unidade São Bernardo. Recebemos pessoas de todo o ABC, Diadema, Mauá e até de São Paulo”, contou Dedé.

“Às sextas-feiras, venho com meus amigos para jogar, conversar e me divertir”, afirmou a analista financeira Regina Alves, moradora do bairro Barcelona, em São Caetano, freqüentadora do Dragons Bowling. O universitário André Rocha, 19 , morador de São Bernardo, explicou que saber jogar não é requisito para se divertir. “O legal é juntar os amigos, dar risada dos erros, comemorar ao acertar um strike, que é quando todos os pinos são derrubados com apenas um arremesso, e jogar conversa fora”.

Por ser considerado um esporte, menores de idade podem freqüentar boliches durante a madrugada. Foi desse jeito que o estudante Rafael Moreira aprendeu a jogar. Aos seis anos, Rafael foi levado pelo pais a uma pista de boliche pela primeira vez e, desde então, nunca mais parou: “Jogo há dez anos e me divirto bastante. Meus amigos e familiares sempre perdem de mim”, vangloria-se o estudante de 16 anos. Mesmo assim, Rafael não pensa em disputar nenhum torneio, pelo menos por enquanto, porque se acha muito novo e classifica o boliche como “apenas um hobby”.

Situação diferente vive o boliche profissional. A Confederação Brasileira de Boliche (CBBol), que já registrou mil filiados, hoje não chega aos 500.

Números ínfimos se comparados com o golfe, por exemplo, que há quatro anos desponta como “mania” e hoje conta com 25 mil filiados no Brasil.

Segundo o especialista Bira Teodoro, criador do site www.boliche.com.br (considerado o maior portal brasileiro sobre o esporte), além do alto custo, a falta de expressão do boliche nacional também atrapalha. “A importância do Brasil no cenário mundial de boliche é quase nula”, afirmou.

Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, Estados com mais tradição no esporte, ainda resistem e, anualmente, sediam campeonatos e taças. São desses Estados que vêm as federações mais participativas e atletas de maior potencial

Santo André promove torneio

O ABC Boliche Clube realiza, de 29 de outubro a 2 de novembro, a 8ª Taça Santo André de Boliche. O campeonato, homologado pela Federação Paulista de Boliche (FPBol), será disputado por duplas femininas e masculinas em quatro séries de seis partidas. Os resultados de todos os confrontos serão válidos para os rankings da federação.

A organização do torneio informou que, devido a problemas nas pistas do Dragon Bowling de Santo André, local onde tradicionalmente é realizada a Taça Santo André, o evento será realizado no Planet Bowling – Praça Jacomo Zanella, 187, Lapa, São Paulo.



ONDE JOGAR

Pink Bowling
Rua dos Coqueiros, 1535 Santo André – SP
Tel.: 4991-3649 / 4421-8146

BomBoliche
Rua Garcia Lorca, 301 (Extra/Anchieta – Km 15,5)
São Bernardo – SP
Tel.: 4362-2641

Dragon Bowling
Av. Industrial, 600 (ABC Plaza Shopping)
Santo André – SP
Tel.: 4979-5066.

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