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23/10/02 - WALTER COSTA

por Leonardo Meireles - Da equipe do
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(18/10/02)

Experiência nos strikes

foto: Wanderlei Pozzembom

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Walter foi o único brasileiro a participar do boliche em olimpíadas

Os poucos cabelos brancos denunciam mais que a experiência de 48 anos de vida. Também revelam mais de 20 anos de preocupação com o boliche, a grande paixão de Walter Costa. Explicação para ele viajar quase todo fim de semana e participar de jogos por todo o Brasil. Agora, por exemplo, ele está nas pistas do ParkBowling, no ParkShopping, para participar da Taça Brasília, até domingo.

  Dentre os vários destaques da competição, o mineiro Walter chama a atenção por ser um dos mais antigos praticantes de boliche e por ser o único brasileiro a participar de uma olimpíada. Podem acreditar: o boliche fez parte, apenas como demonstração, das Olimpíadas de Seul, em 1988. Walter estava lá, entre os 12 melhores do mundo, mas não guarda boas lembranças. ‘‘A experiência foi horrível. Perdi o emprego por ter ficado totalmente voltado para o boliche’’, lembra Walter, que conquistou a quinta colocação. Ao embarcar para a capital sul-coreana, ele encontrou Romário e Zequinha Barbosa, entre outras figuras brasileiras. ‘‘Era só profissional. A olimpíada é para profissionais, não é para amadores. Os vencedores do boliche ganharam US$ 200 mil. Eu ganhei frustração.’’

  Walter recorda tudo isso sem rancor. Mas não dá para esquecer o quanto teve de ralar para ser reconhecido. Perdeu o emprego em uma refinaria de petróleo e conseguiu outro como distribuidor brasileiro da Brunswick, uma das maiores empresas de equipamentos de boliche do mundo. ‘‘Mas não é nada fácil. Não tenho salário, por exemplo. Ganho por produtividade, mas com a alta do dólar o mercado de boliche não está nada bem’’, explica. Mesmo assim ele continua.

  ‘‘Sou um apaixonado’’, argumenta. E é mesmo. A mulher, Jaqueline, com quem é casado há 14 anos, ele conheceu no boliche. Ela também é uma das melhores jogadoras do Brasil. Os dois, aliás, fazem parte da Seleção Brasileira e brigam por vagas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (República Dominicana), no ano que vem.

  A paixão pelo jogo se estende às amizades feitas durante as viagens, jogos e strikes. ‘‘Há muito tempo não tinha um campeonato aqui em Brasília. Sempre tem uma feijoada boa no sábado, quando venho por aqui’’, ressalta o atleta do Cruzeiro, de Belo Horizonte, pelo qual foi campeão brasileiro de clubes neste ano, em São Paulo. Daí a resposta irônica ao ser indagado sobre a decisão de não disputar a Taça Paraná, em São Paulo, que não conta pontos para o ranking, mas terá a participação de cariocas e paulistas, que formam a elite do boliche nacional. ‘‘Tem duas coisas que eu não entendo: o Panamá fazer parte do Campeonato Sul-Americano de boliche e a Taça Paraná ser realizada em São Paulo.’’

  Na Taça Brasília, porém, o nível técnico está mantido, garante Paulo Xavier, organizador do evento. ‘‘Mais da metade da Seleção Brasileira está aqui. São 25 duplas do Distrito Federal, Bahia, Goiás, Minas Gerais e Pará’’, conta. Pelo menos, no lado feminino, as três melhores atletas do boliche no Brasil estão em Brasília: a mineira Jaqueline Costa e as brasilienses Sarah Guterman e Luiza Rocha, atual campeã sul-americana juvenil.

 

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