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30/09/02 - Campeonato Sul-Americano de Boliche
Extraído do:

por Luiz Roberto Magalhães (Da equipe do Correio - esportes@correioweb.com.br)


(foto: Ricardo Borba 25.9.02)

Talento precoce

Luiza começou a jogar boliche em 1996 no ParkShopping: só este ano, ela já conquistou cinco títulos

Aos 16 anos, Luiza Rocha conquista o ouro no Sul-Americano juvenil e busca vaga nos Jogos Pan-Americanos de 2003

Quem algum dia já se aventurou a arriscar alguns arremessos em uma pista de boliche sabe como é boa a sensação de conseguir um strike, a jogada mais perfeita desse esporte, em que todos os dez pinos são derrubados com a primeira bola lançada (cada jogador tem direito a duas em cada rodada).

Um strike quase todo mundo já fez. Dois seguidos requerem mais sorte. Três, para os peladeiros, são motivo de glória. Pois, há duas semanas, em Lima (Peru), a brasiliense Luiza Rocha, de apenas 16 anos, conseguiu oito strikes seguidos. O feito, obtido na final do Campeonato Sul-Americano, garantiu à jogadora o título de campeã juvenil.

‘‘Esse título trouxe muita confiança e me mostrou que meu jogo tem capacidade de vencer grandes eventos. Chegar neste ponto exige muito treino e dedicação e esse resultado me incentiva a treinar mais vezes por semana e buscar uma vaga na Seleção Brasileira adulta.’’

Aos 10 anos, Luiza arremessou suas primeiras bolas, na pista do ParkShopping, acompanhando o pai e, hoje técnico, Hermindo Gonçalves, que é médico-cirurgião. Já naquele ano ganhou as primeiras medalhas em competições locais e foi eleita a revelação individual juvenil, com 198 pinos derrubados. Desde então, não parou de conquistar troféus — só este ano foram cinco títulos: campeã de duplas na Taça São Paulo, na Taça Belo Horizonte e no Brasileiro (em Salvador) e campeã individual no Brasileiro Sub-23, além do Sul-Americano.

‘‘Ela tem potencial para ser campeã mundial juvenil’’, vislumbra Mário Miyamoto, vice-presidente da Federação de Boliche do Distrito Federal (FBDF). O presidente da entidade, Sérgio Martinelli, concorda. ‘‘Ela era a atleta mais jovem no Sul-Americano e conquistou o título. Como juvenil, a Luiza vai poder jogar até os 23 anos. Então, as chances dela chegar a brilhar em um mundial são realmente muito grandes.’’

Em toda a história do boliche brasileiro, apenas três mulheres conseguiram atingir a marca máxima de 300 pontos, resultado de 12 strikes seguidos. A carioca Sarah Gutterman, que mora em Brasília há 24 anos, foi a primeira, em 1997 (as outras foram a carioca Léa Castro e a paulista Marina Suartz). ‘‘A Luiza é um talento nato e tem tudo para se tornar uma celebridade quando chegar a competir como adulta’’, resumiu Sarah.

Até o final do ano, Luiza competirá em São Paulo, em novembro, e em Minas Gerais, em dezembro. Os dois torneios, adultos, são eliminatórios para os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003.

Em meios aos treinos de boliche, a jogadora ainda encontra tempo para se dedicar aos estudos. Boa aluna, Luiza, que está terminando o segundo grau, quer seguir os passos do pai e prestará vestibular para Medicina.

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