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25/09/02 - Campeonato Sul-Americano de Boliche

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Strikes para orgulhar Brasília

Aos 16 anos, Luiza Rocha conquistou o
campeonato sul-americano juvenil.

Gustavo Cunha

Oito strikes seguidos numa final de campeonato. Feito para poucos, mesmo entre os especialistas no boliche. Foi assim que Luiza Rocha abriu boa frente contra uma adversária peruana para, ao final de duas partidas, fechar em 489 a 368. A vitória significou para a brasiliense de 16 anos o título sul-americano juvenil, numa categoria que segue até os 23. Detalhe: o jogo decisivo, como todo o torneio, foi em Lima, Peru, casa da adversária final.

A conquista não foi um fato isolado na carreira de Luiza, que começou aos dez anos, levando o boliche como uma brincadeira. Aos 12 anos ela já se destacava em torneios importantes. Fez parte, por exemplo, da seleção brasileira adulta que foi à Holanda e representou o Brasil no campeonato Interamericano Juvenil, na Guatemala, ambos em 1998. Em 2000 e este ano, venceu o brasileiro juvenil. Com isso, soma, atualmente, 30 medalhas. "Agora quero pegar a seleção adulta", adiantou. "Ela está compensando as frustrações do pai. Ganhou em quatro anos mais do que eu em toda a vida", comparou, bem-humorado, o médico Hermindo Gonçalves, "paitrocinador" e técnico de Luiza Rocha.

Seu talento despontou numa escassa plantação. Segundo o presidente da federação local, Sérgio Martinelli, há "meia dúzia de mulheres no esporte na cidade, que possui cerca de 120 federados ativos". Os grandes centros femininos, segundo Luiza, são EUA, Colômbia, Suécia, Inglaterra e China.


Preço torna esporte pouco acessível

Talento é sempre importante, mas um bolso em boas condições é tão necessário quanto para um aspirante a bom jogador de boliche. O material básico para um atleta de alto nível inclui três bolas que, juntas, não custam menos que R$1.350. Além disso, faz parte da indumentária a luva de metal (R$150) e o calçado apropriado (R$450). Completa o conjunto obrigatório a maleta para carregar as bolas (R$ 360). "Sem contar o que se gasta com o aluguel da pista para treino, em média R$ 120 por semana para dois dias", calcula Sérgio Martinelli.

No caso de Luiza, os gastos são ainda maiores por conta de viagens e hospedagens. "Quando ela viaja pela seleção as passagens são pagas. Caso contrário, é paitrocínio", explica Hermindo, que também contabiliza uma taxa a mais, por excesso de bagagem em aeroportos, em função do peso das bolas.

"Sabemos do problema e estamos tentando negociar formas de tornar o esporte mais popular. Hoje é elitizado porque tudo é importado", contou Martinelli.

Para minimizar o custo de Luiza e de outros talentos, uma das formas pensada pela federação é tentar uma parceria com o Brunswick Bowling, do ParkShopping, para que o aluguel para treino saia mais barato. "O preço que nos cobram é o mesmo pago por qualquer grupo fizer uma festa no boliche. Mas nós somos fiéis, estamos aqui toda semana", argumentou Martinelli. "Os EUA são melhores porque lá é barato e os estudantes jogam na escola", avaliou Luiza.

"Ainda não há uma parceria, mas estamos estudando", disse Inês Prates, gerente do boliche. Segundo ela, o preço é alto (entre R$ 24 e R$ 36 a hora) porque a manutenção das pistas (todas importadas) tem que ser diária.

 

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