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ALESSANDRO LUCCHETTI
Boliche vira missão para craque |
Simone Reginaldo
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FÁBIO REZENDE sonha com patrocínio
após participação nos
Jogos Sul-Americanos |
O melhor atleta de boliche do Brasil, Fábio
Rezende, acha que faz mais do que derrubar pinos com uma bola. O
jogador encara o esporte como missão. Desde que seu irmão,
Fernando, morreu em um acidente de carro, em 96, Fábio se
encarregou de manter o sobrenome Rezende nas pistas.
O único título mundial conquistado pelo Brasil na modalidade
foi obtido por Fernando, em 90, no Mundial Sub-23 das Filipinas.
“Quero ser o veículo para o crescimento do esporte, como meu irmão
queria ser”.
A batalha é dura. Fábio não tem sequer apoio das companhias aéreas
para ficar isento das taxas por excesso de bagagem. “Um jogador
precisa carregar no mínimo cinco bolas, e meu dinheiro é curto. Ou
viajo praticamente pelado, ou levo material a menos”, lamenta.
Fábio calcula que uma verba de patrocínio de R$ 10 mil seria
suficiente. “O esporte tem visibilidade. O site www.boliche.com.br
já recebeu mais de 600 mil visitas”.
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Sul-Americanos são salvação para
“excêntricos”
Modalidades que não são levadas a sério
se empolgam com a “Olimpíada Sul-Americana”. Dirigentes sonham com
patrocínio e menos preconceitos
Recreação? Brincadeira? Hobby? Que ninguém venha com esse papo para
cima dos praticantes federados de esportes como boliche, esqui aquático,
patinação e golfe. Eles querem ser levados a sério e aguardam com
ansiedade a participação nos Jogos
Sul-Americanos, que serão disputados
em agosto, em quatro sedes brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus
e Curitiba). A meta é divulgar as modalidades e reduzir a carga de
preconceitos de que são alvo habitualmente.
Na avaliação do diretor de esqui aquático da Confederação
Brasileira dessa modalidade, José Raul Martins Vasconcellos, os Jogos serão
uma ótima oportunidade para seduzir patrocinadores. “Essa competição
vai ser uma vitrine inédita para nós. Acho muito legal a inclusão de
'excentricidades' como o nosso esporte.”
O público terá a oportunidade conhecer atletas brasileiros que
poderiam ser ídolos, caso o grau de obscuridade que encobre suas
modalidades não fosse tão grande. É o caso do paulista Fábio Rezende,
campeão brasileiro de boliche e segundo colocado no ranking da zona
americana. O jogador obteve uma vaga para participar do Grande Mundial, no
final do mês, na Dinamarca. Trata-se de um direito concedido aos 24
melhores bolicheiros do planeta, mas o brasileiro não vai poder viajar
por falta de recursos. “É frustrante. Só continuo a jogar porque amo o
esporte.”
Fábio tem esperanças de que os Jogos possam ajudá-lo a conseguir um
patrocínio. “Vai haver uma divulgação maior. Será muito legal
participar, porque vai ser uma espécie de Olimpíada do continente.”
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