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09/09/00 - TRAGÉDIA ENVOLVE JOGADOR DE BOLICHE DE BRASÍLIA

A violência urbana atingiu a família do nosso companheiro Dalmo Ney Gonçalves, jogador de Brasília.

extraído do

Jornal de Brasília

de 09/10/2000

ASSALTANTE MATA GAROTA A TIRO

A estudante Amanda de Souza Gonçalves, 18 anos, filha de Dalmo Ney Gonçalves, foi seqüestrada e assassinada sábado, por volta das 22h, com um tiro de revólver. Ela conversava com o namorado João Paulo dentro de um Kadett, estacionado na 703 Sul, quando foram surpreendidos por dois homens armados. O casal foi levado para Planaltina de Goiás (Brasilinha). Durante o percurso, um dos criminosos disparou um tiro em Amanda, que chegou a ser socorrida pelo namorado, mas morreu no hospital. 

Depois de ferir a estudante, os assaltantes abandonaram o casal em um matagal próximo a Brasilinha. João Paulo carregou a namorada nos braços até a beira da rodovia que dá acesso a Brasília, mas só conseguiu socorro muito tempo depois. Ele levou a estudante para o Hospital Santa Rita. O carro em que estavam foi incendiado e abandonado em Formosa (GO). 
O tiro entrou pelo lado direito na altura da costela, atravessou o tórax e saiu do lado esquerdo. O casal viveu momentos de terror dentro do carro. Amanda, que morava com a família na 409 Sul, foi levada no banco traseiro juntamente com um dos assaltantes, sob a mira da arma. João Paulo estava no banco do carona e era obrigado a ficar com o rosto colado ao pára-brisa. 

Numa determinada altura do percurso, o tiro foi disparado. O motorista se surpreendeu e reagiu: “O que é isso, cara?” O outro respondeu que a arma havia disparado acidentalmente. Assustados, os assaltantes abandonaram o casal e fugiram levando o Kadett. 

O delegado titular da 1ª DP (Asa Sul), Antônio Cavalheiro, instaurou inquérito para investigar o crime. Ontem, João Paulo prestou depoimento à polícia, forneceu as características dos assaltantes e os detalhes do seqüestro-relâmpago. Com base nas informações, o delegado vai fazer o retrato falado. 
Ontem, o clima na família de Amanda era de indignação. Reunidos na casa do tio Francisco Chagas Ribeiro Marques, na 710 Sul, cobravam ação do Estado contra a violência. “Pagamos muitos impostos, mas não temos segurança”, disse Marques. Na opinião dele, é inadmissível que uma adolescente perca a vida por uma banalidade. “Se eles (ladrões) queriam dinheiro e carro, o João Paulo ofereceu, mas mesmo assim não pouparam a vida de Amanda”, lamentou Francisco. (L.A.G.)

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