A estudante Amanda de Souza Gonçalves, 18 anos, filha de Dalmo
Ney Gonçalves, foi seqüestrada e assassinada sábado, por volta das 22h, com um tiro
de revólver. Ela conversava com o namorado João Paulo dentro de um Kadett, estacionado
na 703 Sul, quando foram surpreendidos por dois homens armados. O casal foi levado para
Planaltina de Goiás (Brasilinha). Durante o percurso, um dos criminosos disparou um tiro
em Amanda, que chegou a ser socorrida pelo namorado, mas morreu no hospital.
Depois de ferir a estudante, os assaltantes abandonaram o casal em um matagal próximo a
Brasilinha. João Paulo carregou a namorada nos braços até a beira da rodovia que dá
acesso a Brasília, mas só conseguiu socorro muito tempo depois. Ele levou a estudante
para o Hospital Santa Rita. O carro em que estavam foi incendiado e abandonado em Formosa
(GO).
O tiro entrou pelo lado direito na altura da costela, atravessou o tórax e saiu do lado
esquerdo. O casal viveu momentos de terror dentro do carro. Amanda, que morava com a
família na 409 Sul, foi levada no banco traseiro juntamente com um dos assaltantes, sob a
mira da arma. João Paulo estava no banco do carona e era obrigado a ficar com o rosto
colado ao pára-brisa.
Numa determinada altura do percurso, o tiro foi disparado. O motorista se surpreendeu e
reagiu: O que é isso, cara? O outro respondeu que a arma havia disparado
acidentalmente. Assustados, os assaltantes abandonaram o casal e fugiram levando o
Kadett.
O delegado titular da 1ª DP (Asa Sul), Antônio Cavalheiro, instaurou inquérito para
investigar o crime. Ontem, João Paulo prestou depoimento à polícia, forneceu as
características dos assaltantes e os detalhes do seqüestro-relâmpago. Com base nas
informações, o delegado vai fazer o retrato falado.
Ontem, o clima na família de Amanda era de indignação. Reunidos na casa do tio
Francisco Chagas Ribeiro Marques, na 710 Sul, cobravam ação do Estado contra a
violência. Pagamos muitos impostos, mas não temos segurança, disse Marques.
Na opinião dele, é inadmissível que uma adolescente perca a vida por uma banalidade.
Se eles (ladrões) queriam dinheiro e carro, o João Paulo ofereceu, mas mesmo assim
não pouparam a vida de Amanda, lamentou Francisco. (L.A.G.)