O torneio acabou, a planilha fechou, o jogador sumiu, a noite esfriou, e agora, José ? e agora, você ? você que só tem nome, que joga com os outros, você que tabula, que xinga protesta, e agora, José ?
Está sem ninguém, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode jogar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o amigo não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José ?
E agora, José ? Sua solta palavra, seu instante de febre, seu bolinho de chuva, sua videoteca, sua lavra de números, sua bola de vidro, sua incoerência, seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Lins, Lins não há mais. José, e agora ?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse… E aí você morre, que tristeza, José !
Sozinho no escuro qual pino isolado, sem fantasia, sem mesa nua para se encostar, sem approach perfeito que desliza suave, você foge, José! José,
pra onde ? |