O "Power Step"
  por Márcio Vieira

Quase sempre em bordados de camisa de boliche ou em desenhos que representam o esporte, aparece um bonequinho com a bola no alto do pêndulo, atrás da cabeça, e a perna esquerda pronta para iniciar o deslizamento pelo approach. Esta é a posição do “Power Step”, ao pé da letra, passo de potência.

Embora nos dicionários potência possa ser descrita como vigor, poder, força, energia, etc, o “power step” é aplicado de uma maneira mais refinada. Os conceitos de suavidade e força são de algum modo contraditórios mas no boliche eles se aproximam muito para que haja equilíbrio na linha de falta e um bom saque.

O power step é o terceiro de quem joga com 4 passos e o quarto de quem utiliza 5 passos no approach. Pense no power step como aquele que precede o último passo, o de deslizar final. Não interessa como o jogador o executa mas geralmente ele é um pouco mais rápido e curto que os demais. É neste ponto do caminhar para a linha de falta que se inverte o movimento do pêndulo, isto é, é quando a bola que estava indo para trás dá uma parada e começa a retomar para  frente, na direção dos pinos.

Afinal, para que tanta descrição de um passo? Para que destaque com termo “Power Step”? É por causa da consistência de mira, poder e repetição do saque que ele proporciona. Se você for num sábado à tarde ver o público em geral jogar boliche, vai reparar que após o lançamento da bola 90% das pessoas colocam o pé direito ao lado do esquerdo na linha de falta para não cair. Isto ocorre porque no penúltimo passo, o power step, a pessoa está completamente ereta com a bola no ponto máximo do pêndulo e tem que colocá-la rapidamente na linha de falta no último passo. É como se um avião ao aterrisar saísse de 3km de altura diretamente para a pista de pouso. Impossível.

Assim o power step além de ser um pouco mais curto, deverá sempre ser realizado com o joelho direito flexionado (no caso dos destros). Isto permitirá ao jogador largar a bola sempre um pouco mais perto do tornozelo esquerdo e facilitar em muito a cruzada da perna direita por trás do corpo, dando perfeito equilíbrio na hora do saque. A bola também aterrisará na pista sem quicar, repito, como se fosse um avião pousando. Obviamente será muito mais fácil repetir o movimento ao longo do dia.

A comparação mais grotesca é a do caubói atirando de cima de seu cavalo em constante movimento X atirador em stand de tiro, completamente parado. Só no cinema o caubói acerta o bandido.

Resumindo, preste atenção nos seus treinos em abaixar um pouco o joelho direito no penúltimo passo, esperando a bola descer do pêndulo com o corpo em equilíbrio e você verá que acertar a seta não é coisa tão difícil.

Para o 1º mundo do boliche, “poder” também é repetição, pontaria e consistência. Ainda bem ...

Márcio Vieira
vieira@globo.com

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