Enfim, veio a Taça!
por Giba Assam

Quando aqui cheguei, em Brasília, por motivo de trabalho e muito entristecido pela distância que iria me separar do boliche paulista, onde deixei  muitos amigos, os vários boliches disponíveis e os principais torneios (o relâmpago, principalmente), logo fui apresentado ao boliche brasiliense, por intermédio da minha grande amiga Sarah Guterman, jogadora respeitada e conhecida no esporte.

E, de cara, já participei do Torneio Início, e também comecei a participar do bate-bola semanal.

Como toda comunidade de bolicheiros, aqui não é diferente: muita camaradagem, muita gozação, algumas caras feias, alguns narizes empinados, umas médias acima da média e, principalmente, muita gente bacana, que encara o boliche como esporte e também tem paixão por ele!

Pois bem! Passei a fazer parte desse grupo. Da mesma forma como já havia participado em Campinas e na capital paulista. Assim como muitos jogadores, eu também ficava muito restrito aos torneios em São Paulo, por conta de indisponibilidade de tempo, por motivos profissionais e, é lógico, por motivos financeiros, pois viajar pelo país não é para qualquer um.

Assim, nunca tive oportunidade de poder participar de taças fora de São Paulo, e morando aqui, sabia da possibilidade de participar da Taça Brasília, pela primeira vez.

Havia muita expectativa em relação à essa Taça; podia se perceber em todos aqui, uma grande euforia com a proximidade do evento, pois assim como eu, aqui também há muitos jogadores que não tem oportunidades para jogar um ou outro torneio fora, e assim, a Taça se transforma no principal evento do ano.

E, enfim, veio a Taça!

Os dias que a antecederam foram mais longos, a preparação de todos era sentida no bate-bola, o número de participantes era bem maior, não se falava de outra coisa ...

Foram chegando os de fora, começou o reconhecimento do boliche, o reencontro com velhos amigos, e os que viriam a se transformar em novos amigos.

E, quando a Taça teve início, o que se viu , para surpresa de muitos e alívio de outros, foi um verdadeiro show! Um nível técnico elevado, uma organização eficaz (grande trabalho do Fernando Henrique, à frente da Federação, e do Paulinho Xavier, responsável pela organização do evento), as condições de jogo sendo melhoradas a cada dia de disputas, acirradas do princípio ao fim, em todas as divisões, em todos os momentos.

Os jogadores procurando o jogo, médias altas, médias baixas, os de sempre reclamando, os de sempre arrebentando, mais algumas caras feias, outros narizes empinados, mas principalmente, o jogo sendo levado a sério, ao extremo, na busca do máximo!

Mas o que eu, que sou um jogador por insistência, que tento melhorar e não desisto, pelo amor danado que tenho por esse esporte chamado boliche, pude presenciar nessa Taça, foi algo assim maravilhoso, a começar pelo show que deram, na 3ª Divisão, os paulistas Jorge Bafume e Euzébio Santos, que lideraram desde o princípio; os mineiros Gilmar Sebe e Marcio Gontijo, pela determinação em buscar o resultado; e Arthur Ornellas, uma grata promessa das Minas Gerais. Como também a raça dos brasilienses Lineu de Paula e Claudio Orem, que correram atrás e foram buscar o título na 2ª Divisão, e a consistência de jogo do Deuzeldy Ávila (irmão do Moreira), que liderou até o fim.

A boa performance de Luiza Rocha e Marizete Scherr na 1ª Divisão Feminina, além do costumeiro show da sempre excelente Jaque Costa.

E o que dizer na 1ª Divisão Masculina? Além de contar com os melhores jogadores nacionais, ela proporcionou um dos mais emocionantes momentos que se pôde presenciar no esporte, com a final do All Events, disputado acirradamente desde a primeira linha, e culminando com um fechamento exemplar, na última linha, entre os atletas Márcio Vieira, do Rio, e Roberto Lanna, de Brasília.

Isso sim, foi mesmo um show!

Com uma diferença entre eles, que não ultrapassava 30 pinos, cada frame foi disputado, de forma realmente emocionante, com mais emoção para o lado do Roberto, o herói local, e mais frieza por parte do Márcio, mostrando por que é bem próprio em seus excelentes artigos, espelhando atitude, concentração e foco no jogo.

Foi, sem dúvida, mais que uma partida de final, e sim uma verdadeira homenagem ao esporte, um presente a todos que puderam presenciar e aplaudir cada jogada.

Márcio Vieira, esse super jogador de boliche, grande campeão e absoluto em seu mental game, com seu jogo coeso e sempre eficaz.

Roberto Lanna, esse excelente jogador, de muita técnica e sem dúvida o melhor de Brasília, movido pela torcida local e, completamente tomado pela emoção, conseguiu segurar a linha até o final, mantendo a diferença que o levaria ao título.

Com certeza, todos ali presentes se emocionaram, mesmo aqueles que não têm paixão pelo boliche. Com certeza. E eu, que estava ali no meio de todos, presenciando esse momento inesquecível, só tenho a agradecer:

Obrigado, Márcio Vieira!
Obrigado, Roberto Lanna!

Parabéns, Brasília, que presente de aniversário!

Abraços do
Giba Assam
gibassam@hotmail.com

[ TOPO ]